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Concentração de terras na UE pode fortalecer o agro brasileiro

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A União Europeia perdeu 5,3 milhões de propriedades agrícolas entre 2005 e 2020, refletindo um processo de concentração de terras e redução do número de pequenas fazendas. Segundo o Eurostat, em 2020, o bloco contava com pouco mais de 9 milhões de explorações agrícolas, sendo que a Romênia liderou a diminuição, com 1,4 milhão de propriedades a menos.

A estrutura fundiária europeia apresenta grande desigualdade. Quase dois terços das propriedades têm até 5 hectares, enquanto fazendas com mais de 50 hectares representam apenas 7,5% do total, mas ocupam 68,2% da superfície agrícola utilizada (SAU).

Essa concentração impacta a produção do bloco, já que países como a Romênia, que possui o maior número de fazendas, responde por apenas 3,3% da produção agrícola total da UE. Em contrapartida, Itália, França, Alemanha e Espanha concentram mais de 60% da produção econômica do setor.

A redução do número de explorações agrícolas na União Europeia pode ter reflexos positivos diretos no agronegócio brasileiro. Com menos propriedades e um processo de concentração de terras, a UE pode se tornar ainda mais dependente da importação de alimentos e commodities agrícolas, abrindo espaço para o Brasil ampliar sua participação no fornecimento de grãos, carnes e outros produtos agropecuários.

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Além disso, muitas pequenas propriedades europeias operam em regime de semi-subsistência, o que reduz sua competitividade no mercado internacional. Esse cenário reforça a necessidade de importação de produtos com maior eficiência produtiva, como os do agronegócio brasileiro, que conta com tecnologia avançada, economia de escala e um clima favorável para a produção em larga escala.

Apesar da oportunidade, a União Europeia mantém exigências rigorosas para a importação de produtos agrícolas, especialmente em relação a normas ambientais e de sustentabilidade. O Brasil enfrenta desafios com medidas como o Pacto Verde Europeu e a nova legislação contra o desmatamento, que podem dificultar as exportações para o bloco. No entanto, acordos como o recente fornecimento de soja sustentável para a China mostram que o país tem capacidade de atender a mercados exigentes.

Além disso, a tendência de redução do número de propriedades pode influenciar as políticas agrícolas da UE, levando a subsídios ainda maiores para os produtores locais, o que poderia gerar distorções no mercado global.

O Brasil, como grande exportador de alimentos, precisa estar atento a essas movimentações e continuar investindo em eficiência produtiva, rastreabilidade e certificações para manter e expandir sua participação no mercado europeu.

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A redução do número de explorações agrícolas na União Europeia sinaliza uma mudança estrutural que pode beneficiar exportadores de alimentos, incluindo o Brasil. Com uma produção altamente competitiva, o agronegócio brasileiro tem a oportunidade de fortalecer sua presença no mercado europeu, desde que esteja preparado para atender às exigências ambientais e superar barreiras comerciais impostas pelo bloco.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio busca alternativas para evitar impactos da moratória da UE nas exportações

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A implementação das exigências da Lei de Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), aprovada pela União Europeia (UE) em 2022, está gerando grande preocupação no agronegócio brasileiro. Com o início da aplicação das novas regras programado para 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e 30 de junho de 2026 para micro e pequenas empresas, o Brasil está intensificando as negociações para evitar uma classificação de “alto risco” de desmatamento. Caso o país seja incluído nesta categoria, as exigências para exportar produtos como soja, carne bovina e café para a Europa se tornariam ainda mais rígidas, impactando diretamente as exportações brasileiras.

A EUDR exige que os produtos comercializados na UE sejam rastreados até a origem, com o objetivo de garantir que não venham de áreas desmatadas após 2020. Para isso, os países exportadores serão classificados em quatro níveis de risco: nulo, baixo, médio e alto, com base nos índices de desmatamento e nas políticas ambientais adotadas por cada um.

Embora o Brasil não deva ser considerado de “baixo risco”, uma posição intermediária seria considerada positiva para o agronegócio nacional, já que facilitaria as exportações, mantendo um nível de rastreabilidade compatível com as exigências europeias.

No entanto, as negociações estão longe de serem simples. A legislação brasileira permite o desmatamento legal em determinadas áreas, desde que as propriedades cumpram exigências como a manutenção de reservas legais – áreas de vegetação nativa que devem ser preservadas nas propriedades rurais.

Na Amazônia, por exemplo, é exigido que 80% da área seja preservada, enquanto em outras regiões a porcentagem pode ser menor. Essa flexibilidade é um ponto de discórdia nas conversas com a União Europeia, que defende a meta de “desmatamento zero”. Para o agronegócio brasileiro, essa abordagem europeia não leva em consideração as particularidades das leis nacionais, que buscam equilibrar o uso agrícola com a preservação ambiental.

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Além disso, a nova categorização de risco introduzida pela EUDR, que agora inclui a classificação de “nulo”, foi vista com preocupação por setores do agronegócio. A medida tem o potencial de beneficiar países que já passaram por um estágio de expansão agrícola, criando um descompasso em relação a nações em desenvolvimento, como o Brasil, que ainda estão avançando em sua produção rural e em busca de práticas mais sustentáveis.

O presidente do Instituto do agronegócio (IA), Isan Rezende (foto), expressou a preocupação do setor agropecuário em relação à chamada moratória do desmatamento imposta pela União Europeia. Para ele, a imposição de um bloqueio indiscriminado de produtos de áreas desmatadas pode desconsiderar os avanços realizados pelo Brasil na área de sustentabilidade, sem levar em conta o contexto legislativo brasileiro.

Imagem: assessoria

“Temos que entender que o Brasil, ao contrário de outros países, ainda está em um processo de expansão agrícola, e a moratória pode gerar um descompasso. A imposição de regras que não consideram as particularidades da nossa legislação cria um obstáculo adicional ao crescimento do setor”, disse o presidente do IA. Segundo Rezende, o Brasil tem investido significativamente em tecnologias que tornam a produção mais sustentável, mas a pressão da moratória pode inibir esses avanços ao tornar as exportações mais complexas e onerosas.

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Rezende também destacou a necessidade de um diálogo mais equilibrado entre as partes envolvidas. “Acreditamos que uma abordagem mais flexível, que leve em consideração as leis ambientais brasileiras, é fundamental para que possamos manter nossa posição como um dos maiores produtores agrícolas do mundo. A moratória, da maneira como está sendo proposta, é um desafio para o setor, mas seguimos confiantes de que, com negociações justas, conseguiremos chegar a um meio-termo”, disse o presidente do IA.

Esses pontos de divergência devem ser tratados nas próximas rodadas de negociações, previstas para ocorrer entre março e abril deste ano, quando a Comissão Europeia deve detalhar mais claramente os critérios de rastreabilidade e as exigências para cada país. A expectativa do agronegócio brasileiro é de que o país seja posicionado de maneira a garantir uma exportação viável para a UE, sem sobrecargas burocráticas e com uma avaliação justa de suas políticas de preservação e uso da terra.

Dessa forma, o Brasil se prepara para um ano de intensas negociações, com o objetivo de ajustar sua legislação e práticas às exigências europeias, ao mesmo tempo em que busca minimizar os impactos econômicos de uma possível classificação de alto risco. A questão do desmatamento legal será central nas conversas, e o desfecho dessas discussões poderá definir o futuro das exportações brasileiras para o mercado europeu nos próximos anos.

Fonte: Pensar Agro

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