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Mel de Capanema busca reconhecimento por Denominação de Origem no INPI

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Reconhecido por sua coloração, sabor e textura peculiares, o mel produzido em Capanema, no sudoeste do Paraná, deu mais um passo em direção ao reconhecimento oficial de sua qualidade. Os produtores da região protocolaram junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) o pedido de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Denominação de Origem (DO), para o “Mel de Capanema”. A certificação busca valorizar não apenas os atributos do produto, mas também os saberes tradicionais e as condições naturais do território.

A região de Capanema se destaca por sua rica biodiversidade, especialmente por estar próxima ao Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina. As abelhas que produzem o mel se alimentam de pólen coletado na Mata Atlântica, o que confere ao produto características sensoriais únicas.

Segundo a consultora do Sebrae/PR, Alyne Chicocki, a obtenção da DO fortalece o valor de mercado do mel e reconhece o trabalho desenvolvido pelos apicultores locais. “O mel passará a ter ainda mais visibilidade, o que pode gerar maior rentabilidade aos produtores e agregar valor ao produto. Isso abre espaço para novas oportunidades e crescimento”, destaca.

A presidente da Associação dos Apicultores de Capanema e Região (Apic), Salete Manchini, acredita que o reconhecimento trará impactos positivos para além do setor apícola. “A DO abrirá portas para novos mercados e poderá fomentar outros setores da economia local, como o turismo. Além disso, esperamos que o reconhecimento incentive novos produtores a ingressarem na atividade”, afirma.

A Apic atualmente reúne meliponicultores dos municípios de Capanema, Planalto, Realeza e Foz do Iguaçu. Salete explica que a expectativa é que, com o avanço do processo de certificação, mais produtores passem a integrar a associação. Vale lembrar que o município já conta com uma Indicação Geográfica: o melado batido e escorrido, reconhecido em 2019.

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Produção regional

Os apicultores associados à Apic produzem, anualmente, cerca de 60 toneladas de mel, a partir de aproximadamente 5 mil colmeias. Além do mercado regional, a produção é comercializada em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul.

Pesquisa técnica

O pedido de IG é resultado de um trabalho iniciado em 2022, após a formalização de um Acordo de Cooperação Técnica envolvendo diversas instituições, entre elas a Cresol, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR – Campus Dois Vizinhos), o Sebrae/PR, a Apic e a Prefeitura de Capanema.

Coordenadora do projeto e professora da UTFPR, Milene Oliveira Pereira explica que, por meio de análises sensoriais e laboratoriais, foi possível identificar padrões que conferem identidade ao mel local. “O produto apresenta uma coloração muito clara e um sabor com doçura mais suave em comparação a outros tipos de mel. Essas características estão diretamente ligadas ao clima, à temperatura, ao manejo, processamento e armazenamento adequados”, destaca.

Segundo a pesquisadora, o estudo também investigou os aspectos palinológicos, que identificam os tipos de pólen presentes no mel. “As análises indicaram que se trata de um mel polifloral, com destaque para espécies como Cambará e Louro Branco, predominantes na vegetação nativa da Mata Atlântica no Parque Nacional do Iguaçu. Isso confere singularidade ao sabor e à textura do mel produzido na região”, explica Milene.

Marca coletiva impulsionou certificação

A Apic já havia iniciado o processo de valorização do produto em 2021, ao protocolar no INPI o pedido de registro da marca coletiva “Parque Iguassu”, voltada para o mel e a própolis. A marca foi inspirada na forte ligação dos apicultores com o ecossistema local e se tornou um passo importante para viabilizar a atual solicitação da Denominação de Origem.

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Indicações Geográficas no Paraná

Com 16 Indicações Geográficas já reconhecidas pelo INPI, o Paraná ocupa a segunda posição no ranking nacional, atrás apenas de Minas Gerais (com 21 registros). Entre os produtos paranaenses com IG estão: cracóvia de Prudentópolis, mel de Ortigueira, queijos coloniais de Witmarsum, cachaça de Morretes, melado de Capanema, cafés especiais do Norte Pioneiro, morango do Norte Pioneiro, vinhos de Bituruna, goiaba de Carlópolis, mel do Oeste do Paraná, barreado do Litoral, bala de banana de Antonina, erva-mate de São Mateus, camomila de Mandirituba, uvas finas de Marialva e broas de centeio de Curitiba.

Além disso, o Estado divide com Santa Catarina e Rio Grande do Sul a IG do mel de melato da bracatinga do Planalto Sul do Brasil.

Produtos em fase de solicitação

Diversos outros produtos estão em processo de solicitação de Indicação Geográfica no Paraná. Entre eles: pão no bafo de Palmeira, tortas de Carambeí, mel de Prudentópolis, urucum de Paranacity, queijos do Sudoeste, carne de onça de Curitiba, café de Mandaguari, ponkan de Cerro Azul, ovinos e caprinos da Cantuquiriguaçu, ginseng de Querência do Norte e ostras do Cabaraquara.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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AGRONEGÓCIO

Feira projeta superar R$ 4,4 bilhões em negócios e reforça papel estratégico do estado no agronegócio nacional

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A 12ª edição da Rondônia Rural Show Internacional, programada para ocorrer de 26 a 31 de maio em Ji-Paraná, promete consolidar ainda mais o estado como protagonista no agronegócio brasileiro. Com o tema “Do Campo ao Futuro”, a feira busca superar os recordes estabelecidos em 2024, quando movimentou R$ 4,4 bilhões em negócios e atraiu mais de 276 mil visitantes, tornando-se a maior feira agropecuária da Região Norte .

A edição de 2025 visa não apenas manter, mas ultrapassar os números anteriores. A Rodada de Negócios, marcada para os dias 27 a 29 de maio, será um dos principais momentos da feira, oferecendo aos produtores rurais a oportunidade de negociar diretamente com fornecedores, otimizando tempo e recursos.

A Rondônia Rural Show não é apenas uma vitrine para o agronegócio local, mas também um motor econômico significativo. O evento destaca as cadeias produtivas do estado, como a bovinocultura, a produção de grãos e o cultivo de cacau, além de promover a agricultura familiar e práticas sustentáveis. A feira serve como plataforma para o lançamento de tecnologias e soluções inovadoras, impulsionando a produtividade e a sustentabilidade no campo .

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A edição deste ano enfatiza a inovação e a sustentabilidade, apresentando tecnologias voltadas para a produção orgânica e práticas agrícolas sustentáveis. A integração entre produtores, empresas e instituições públicas visa fortalecer as cadeias produtivas e promover o desenvolvimento econômico regional .

Produtores rurais, empresários e interessados no setor agropecuário são convidados a participar da Rondônia Rural Show 2025. A feira oferece uma ampla gama de oportunidades, desde a aquisição de equipamentos e insumos até a troca de conhecimentos e experiências.

Para mais informações e inscrições, acesse o site oficial: rondoniaruralshow.ro.gov.br.

Fonte: Pensar Agro

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