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Nova fábrica e investimentos bilionários transformam Estado em “Vale da Celulose”

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Com 24% da produção nacional de celulose, Mato Grosso do Sul já se consolidou como referência no setor e ganhou o apelido de “Vale da Celulose”. A cada novo anúncio de investimento, o estado reforça sua posição de liderança, atraindo gigantes da indústria e ampliando sua capacidade produtiva, geração de empregos e arrecadação.

Atualmente, quatro fábricas estão em operação no estado. Outras duas estão em processo de implantação: uma da Arauco, em Inocência, e agora outra da Bracell, confirmada para Bataguassu. Com isso, Mato Grosso do Sul passa a abrigar seis plantas industriais voltadas à celulose, formando um dos maiores polos florestais e industriais do país.

Na semana passada, a Bracell — empresa ligada ao grupo asiático Royal Golden Eagle — oficializou o projeto de instalação de uma nova unidade em Bataguassu, com investimento estimado em R$ 16 bilhões. A fábrica ocupará uma área de mais de 1.300 hectares, em sua maioria formada por pastagens degradadas, a nove quilômetros da zona urbana do município.

A planta terá capacidade de produção de até 2,92 milhões de toneladas de celulose por ano, consumindo aproximadamente 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto anualmente. Durante as obras, deverão ser gerados até 12 mil empregos, e na fase de operação, cerca de 2 mil postos diretos e indiretos.

A nova fábrica será a segunda a ser construída no estado nos próximos anos. A outra é da chilena Arauco, que acaba de lançar a pedra fundamental do Projeto Sucuriú, em Inocência. Com previsão de entrada em operação em 2028, a unidade terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas anuais de celulose branqueada. O investimento é de US$ 4,6 bilhões e pode mais que triplicar o PIB do município.

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Esse movimento consolida a força do setor florestal no estado, que já possui a segunda maior área de eucalipto plantado do Brasil e lidera na produção de madeira em tora para papel e celulose. A cadeia florestal em Mato Grosso do Sul é responsável por mais de 14,9 mil empregos diretos e outros 12 mil indiretos, e os novos empreendimentos devem ampliar consideravelmente esses números.

Para acompanhar esse crescimento, o governo estadual criou a Rota da Celulose, um plano estratégico de infraestrutura que conecta os principais municípios com atividade no setor. O projeto abrange trechos das rodovias MS-040, MS-338, MS-395 e das federais BR-262 e BR-267. A iniciativa inclui duplicações, acostamentos, passagens de fauna, áreas de descanso para caminhoneiros e melhorias em travessias ferroviárias.

A malha interliga nove cidades: Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Água Clara, Três Lagoas, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina e Anaurilândia. O objetivo é garantir logística eficiente para o transporte da madeira e da celulose, reduzindo custos e tempo de deslocamento.

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Além da infraestrutura, os projetos em implantação também apostam em processos mais sustentáveis. No caso de Bataguassu, a Bracell utilizará a tecnologia kraft, que permite a recuperação de insumos químicos e a redução da carga orgânica dos efluentes. A água será captada do Rio Paraná e, segundo a empresa, 90% será tratada e devolvida ao curso natural. Ainda assim, o uso de insumos como ácido sulfúrico, peróxido de hidrogênio e dióxido de cloro exige acompanhamento rigoroso por parte dos órgãos ambientais.

Mais do que atrair investimentos de grandes grupos internacionais, o que se vê em Mato Grosso do Sul é a construção de um novo ciclo de desenvolvimento regional. A vocação florestal, aliada a políticas públicas de infraestrutura e logística, transformou o estado em protagonista de uma das cadeias mais dinâmicas da indústria brasileira — e com forte conexão com o agronegócio, já que o cultivo de eucalipto vem, em muitos casos, ocupando áreas degradadas e gerando renda em regiões antes pouco exploradas economicamente.

A transformação do estado em potência da celulose é um retrato claro de como o agronegócio vai muito além da produção de grãos. Ao agregar valor à matéria-prima florestal, Mato Grosso do Sul abre caminhos para um novo capítulo da industrialização no interior do Brasil.

Fonte: Pensar Agro

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Mercado de Celulose Enfrenta Desafios no Mercado Chinês Devido a Tarifas dos EUA, Afirma Copec

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O mercado de celulose, especialmente no setor florestal chinês, pode se tornar mais desafiador nos próximos meses devido às incertezas sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos. A empresa chilena Copec, em sua mais recente apresentação, destacou que as dificuldades enfrentadas pelos fabricantes de papel da China podem afetar diretamente as negociações no mercado global.

Incerteza nas Tarifas Afeta Compras na China

De acordo com Cristian Infante, diretor da Arauco, braço florestal da Copec, a insegurança sobre os preços dos produtos tem levado os compradores chineses a adotar uma postura mais cautelosa. “A maioria dos nossos clientes exportadores, especialmente para os EUA, não sabe qual será o preço de seus produtos. Isso tem feito com que optem por comprar o mínimo possível”, explicou o executivo.

Lucros da Arauco Caiem com Queda nos Preços da Celulose

A Arauco, principal responsável pelos lucros da Copec, viu uma redução superior a 22% no lucro operacional no primeiro trimestre de 2025. Esse declínio foi impulsionado pela queda nos preços da celulose e pelo volume menor de vendas.

Embora tenha havido uma ligeira recuperação nos preços no início de 2025, a Copec alertou que, a partir de março, os preços da celulose começaram a cair novamente, principalmente devido à guerra comercial entre os EUA e a China. Este cenário levou os fabricantes chineses a buscar alternativas locais para evitar acordos com preços voláteis e prazos longos de entrega.

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Mercado Europeu Também Sente os Efeitos da Instabilidade

O impacto da incerteza tarifária não se limita à China. Na Europa, a Copec reportou uma situação semelhante, com os fabricantes de papel buscando mais cautela diante da perspectiva de novas tarifas dos EUA e possíveis tensões comerciais.

Preços da Celulose Caem 11% em Relação ao Ano Anterior

No primeiro trimestre de 2025, a Copec observou uma queda de 11% nos preços médios da celulose, com o preço da tonelada métrica caindo para US$ 678. Infante indicou que os preços podem continuar a cair em maio, embora as recentes negociações entre os EUA e a China possam trazer alguma instabilidade aos mercados futuros.

Demanda Chinesa Segue Robusta, mas Incertezas Persistem

Apesar dos desafios, Infante destacou que a demanda por celulose na China permanece forte, o que poderia garantir a estabilidade do mercado. No entanto, ele ressaltou que o cenário incerto em relação às tarifas continua sendo um fator limitante.

Mercado Americano: Estabilidade, Mas com Aumento nos Custos

Nos Estados Unidos, a Copec vê o mercado estável, mas com custos crescentes, principalmente devido à volatilidade das políticas tarifárias e ao aumento nos preços de componentes utilizados na produção de painéis de madeira. A empresa prevê que essa volatilidade tenha um impacto significativo no futuro próximo.

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Fábrica de Celulose Sucuriú: Novo Investimento da Arauco no Brasil

Em meio às incertezas globais, a Copec segue com seus planos de expansão. A Arauco está investindo em um projeto de fábrica de celulose no Brasil, com previsão de inauguração até 2027. O projeto, que receberá o nome de Sucuriú, exigirá um investimento de US$ 4,6 bilhões e terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano.

Com esse projeto, a Copec reforça sua estratégia de crescimento e presença global, apesar dos desafios impostos pela instabilidade econômica nos principais mercados consumidores.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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