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Produção de sorgo deve crescer no Brasil, mas gargalos de infraestrutura preocupam setor

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O cenário futuro da produção de alimentos no Brasil foi debatido nesta quarta-feira (14), durante o painel “Cenários dos Alimentos no Brasil”, promovido no 3º Congresso da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), realizado em Brasília. A expansão da cultura do sorgo, os entraves logísticos e o déficit de armazenagem dominaram as discussões entre especialistas, lideranças do agro e parlamentares.

Sorgo ganha destaque na produção nacional

De acordo com o pesquisador Mauro Ozaki, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), a produção de sorgo no Brasil deve se expandir significativamente nos próximos anos. O avanço será impulsionado principalmente pelo uso do grão em duas frentes: na composição de rações para alimentação animal e como matéria-prima para biorrefinarias de etanol de milho.

“O mercado para o sorgo tem se ampliado e isso tende a aumentar, porque o grão está começando a ser usado como opção na composição de ração animal. Além disso, devido ao custo de produção menor, o sorgo também está sendo testado por indústrias de etanol de milho”, explicou Ozaki durante o painel.

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Infraestrutura e armazenamento ainda são desafios

Apesar do potencial de crescimento da produção agrícola, a falta de infraestrutura adequada continua sendo um dos principais entraves para o desenvolvimento do setor. A superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Tânia Zanella, destacou que os problemas logísticos e o déficit de armazenagem afetam principalmente os pequenos produtores.

“Existem mais de 1.200 cooperativas agrícolas no Brasil, que englobam mais de 1,2 milhão de cooperados. O sistema cooperativista pode ser uma grande ferramenta de inclusão, reduzindo custos de acesso aos mercados e à infraestrutura, que é o nosso maior gargalo hoje”, afirmou Zanella, que também é diretora executiva do Instituto Pensar Agro (IPA).

Armazenagem não acompanha avanço da produção

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, também abordou o tema da armazenagem como um dos principais obstáculos à expansão sustentável da produção agropecuária. Segundo ele, o ritmo de crescimento do mercado de etanol reforça a necessidade de ampliar a capacidade de estocagem no país.

“Ainda enfrentamos um déficit de armazéns que não acompanha o desenvolvimento do setor. Devido a esse déficit, o produtor rural precisa ter outras ferramentas para se desenvolver, como o seguro rural e um Plano Safra mais robusto e acessível”, declarou Martins.

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Fortalecimento do Plano Safra é defendido por parlamentares

Presente ao evento, o senador Zequinha Marinho (PA) defendeu o fortalecimento do Plano Safra como política pública essencial para o crescimento do setor agrícola. Ele destacou ainda a importância da adoção de taxas de juros diferenciadas para estimular investimentos por parte dos produtores.

“O Brasil precisa fortalecer o Plano Safra como política agrícola, além de pensar em taxas de juros diferenciadas para o produtor continuar investindo no desenvolvimento do nosso agro”, afirmou o parlamentar.

Sobre o Congresso Abramilho

O Congresso Abramilho é promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo. Em sua terceira edição, conta com o apoio institucional da Basf, Croplife e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Entre os patrocinadores estão Aprosoja-MT, Aprosmat, Pivot Bio, Fase-MT, Bayer, Corteva, Senar e Syngenta.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Brasil apresenta modelo sustentável que une produção de alimentos e energia limpa

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A integração entre segurança alimentar e segurança energética foi o foco do painel “Cultivando o Futuro: Segurança Alimentar e Energética Caminhando Juntas”, realizado nesta segunda-feira (10) na AgriZone, espaço da Embrapa em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), durante a COP30, em Belém (PA).

A coordenadora-geral de Sustentabilidade e Regulação da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa (SCRI), Andrea Moura, representou o Ministério no debate e destacou o papel do Brasil como referência mundial em produção sustentável.

Durante o painel, Andrea explicou que a produção de alimentos e a de biocombustíveis no Brasil não competem entre si, resultado da capacidade do país de integrar diferentes cadeias produtivas de forma eficiente. Ela afirmou que é possível produzir grãos destinados à alimentação e matérias-primas para biocombustíveis sem comprometer a oferta de alimentos. Em muitos casos, as duas atividades se complementam, como ocorre quando a segunda safra de milho é cultivada após a soja, prática que contribui para a saúde do solo e aumenta a produtividade.

A coordenadora também destacou que os biocombustíveis têm papel essencial na transição energética global, pois são produzidos a partir de fontes renováveis, como milho, cana-de-açúcar e oleaginosas. Esses produtos permitem substituir gradualmente os combustíveis fósseis e impulsionar uma matriz energética mais limpa. Segundo ela, o Brasil tem grande potencial para ampliar essa produção, especialmente em setores estratégicos, como a aviação civil e o transporte marítimo.

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Andrea ressaltou que o modelo agrícola brasileiro é um exemplo de como é possível conciliar segurança alimentar, sustentabilidade e inovação. Ela afirmou que o Brasil é parte da solução, pois o agro nacional contribui para alimentar o mundo e, ao mesmo tempo, gerar energia limpa de forma responsável e sustentável.

A atividade integrou a programação oficial da AgriZone, espaço do Mapa e da Embrapa que apresenta soluções inovadoras da agropecuária brasileira durante a COP30 e promove o diálogo entre governos, produtores, pesquisadores e organizações internacionais sobre os desafios e oportunidades do setor.

Informações à imprensa
[email protected]

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária

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