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Dia Mundial da Água: Restauração ecológica contribui para a segurança hídrica e a produtividade agropecuária

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No Dia Mundial da Água (22 de março), a Black Jaguar Foundation destaca o papel de ações de restauração florestal no enfrentamento da crise hídrica e climática, que tem causado impactos significativos na produção agropecuária em várias regiões do Brasil, pois comprometem a disponibilidade de água para produção e reduzem a fertilidade do solo. Como resposta a esse desafio, a organização sem fins lucrativos promove a recuperação de vegetação nativa nos biomas Cerrado e Amazônia, em propriedades privadas parceiras localizadas ao longo do Rio Araguaia, onde a restauração de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reservas Legais tem fortalecido a infraestrutura natural essencial para o aumento e melhoria da provisão de água.

A recuperação das APPs, como margens de rios, encostas íngremes e topos de morros, contribui para a infiltração da água no solo, reduz a erosão e impede que sedimentos poluam os cursos d’água. Esse processo aumenta a retenção de água no solo, reduz a evaporação e melhora a produtividade agropecuária, beneficiando produtores que dependem da água e garantindo maior resiliência a períodos de estiagem.

Além disso, a cobertura vegetal desempenha um papel essencial na regulação do microclima, minimizando o estresse hídrico sobre as lavouras e proporcionando melhores condições para pastagens e cultivos. A vegetação ciliar – aquela que cresce nas margens dos rios – também funciona como um filtro natural, reduzindo a entrada de sedimentos e poluentes nos mananciais. Isso resulta em água de melhor qualidade, diminuindo a necessidade de tratamentos químicos e reduzindo custos para municípios e concessionárias de abastecimento.

Corredor de Biodiversidade do Araguaia

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A Black Jaguar Foundation está à frente da restauração do Corredor de Biodiversidade do Araguaia, um dos maiores projetos de restauração ecológica do Brasil. A iniciativa busca restaurar mais de 1 milhão de hectares ao longo de 2.600 quilômetros às margens do Rio Araguaia, conectando os biomas Cerrado e Amazônia no Brasil. Para alcançar esta meta, o projeto se firma em parcerias com produtores rurais da região e mobilização de comunidades locais.

Fundada em 2010, a Black Jaguar Foundation investiu anos em preparação, pesquisa e em busca de parceiros e profissionais capacitados. O projeto está em sua fase inicial de implementação, com 560 hectares (aproximadamente 784 campos de futebol) em processo de restauração nos municípios de Santana do Araguaia (PA), Marianópolis do Tocantins e Caseara (TO). Em breve, a iniciativa prevê expandir suas atividades para outras áreas estratégicas ao longo do Rio Araguaia, como a região de Xinguara, outro município do estado do Pará.

Para Ben Valks, fundador da Black Jaguar Foundation, sem disponibilidade de água e ciclo hidrológico desequilibrado não há agricultura, não há alimentos. “Ao restaurarmos as áreas degradadas ao longo do Rio Araguaia, estamos não só protegendo a biodiversidade, mas também proporcionando aos produtores rurais uma solução sustentável que melhora a qualidade da água, reduz os custos com investimentos e fortalece a produtividade no campo. Esse é o caminho para um futuro mais sustentável e harmonioso entre a natureza e a atividade agrícola.”

Além de melhorar a disponibilidade de água para irrigação e abastecimento, a restauração florestal desempenha um papel fundamental no fortalecimento da resiliência climática da região. Ao reduzir os impactos de secas e enchentes, a restauração de áreas degradadas contribui diretamente para a segurança hídrica e a produtividade agropecuária, setores cada vez mais afetados pelas mudanças no regime de chuvas.

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Como participar

Para que um produtor rural tenha uma área de sua propriedade restaurada de forma voluntária pela BJF, o primeiro passo é entrar em contato com a organização para manifestar seu interesse em participar do projeto de reflorestamento. Após o contato inicial, uma equipe técnica da iniciativa realiza uma visita à propriedade para identificar as áreas passíveis de restauração, analisando as necessidades específicas e o potencial de recuperação ambiental.

Com base nessa avaliação, o instituto elabora um plano de restauração florestal personalizado, ajustado às particularidades da propriedade e às condições do local. A implementação do plano inclui ações práticas, como o plantio de mudas e sementes de espécies nativas, bem como o manejo e manutenção das áreas recuperadas para assegurar a regeneração sustentável dos ecossistemas.

Além do plantio, a BJF realiza o monitoramento contínuo das áreas restauradas para garantir o sucesso das ações e oferecer suporte ao produtor rural, ajudando na manutenção da área ao longo do tempo. Dessa forma, o projeto busca não apenas restaurar o meio ambiente, mas também melhorar a produtividade agrícola, oferecendo aos produtores uma solução sustentável que contribui para a preservação e o uso adequado dos recursos naturais.

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DISTRITO FEDERAL

Brasília Ambiental divulga documento inédito sobre acidentes com produtos perigosos no DF

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Plano de ação estabelece funções das instituições atuantes nas emergências ambientais com artigos químicos contaminantes

 

O Instituto Brasília Ambiental publicou na edição desta terça-feira (6) do Diário Oficial do Distrito Federal, o Plano de Ação de Emergência para Acidentes Envolvendo Produtos Perigosos (PAE/PPDF), que define as ações coordenadas a serem desencadeadas pelas instituições e entes públicos integrantes da Comissão Distrital do Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (CD-P2R2) em eventos adversos e desastres envolvendo produtos perigosos na capital do País.

O Brasília Ambiental participa da Comissão Distrital como secretaria executiva e a representante da autarquia no grupo, a servidora Ana Caroline Oliveira explica que antes dessa publicação, quando acontecia algum acidente, cada órgão agia de forma discricionária. Agora, com as diretrizes definidas, cada responsável atua conforme está descrito no documento.

 

Segundo a vice-governadora Celina Leão, essa publicação é um importante passo na preparação dos entes do Distrito Federal para minimizar os danos sociais e ambientais decorrentes dos acidentes que envolvam produtos perigosos. “A partir do PAE, os diferentes órgãos do governo contam com direcionamento eficiente para atuarem rapidamente de modo coordenado, garantindo maior efetividade e o pronto atendimento em situações que exigem uma resposta rápida do poder público”, comentou a vice-governadora.

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“É como se fosse um manual para cada órgão saber o que fazer, em cada tipo de ocorrência, sejam elas de pequeno ou grande porte e como cada instituição deverá proceder, seguindo o plano de atendimento, agindo de forma coordenada” detalha o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer.

 

O plano foi elaborado com a participação de todos os órgãos que componentes da CD-P2R2 e, aprovado por unanimidade, em recente reunião conjunta. O documento traz detalhes como, por exemplo, a caracterização dos riscos, o fluxo de acionamento para cada porte de eventualidade e as competências de atuação específica dos órgãos respondedores. E, também, anexos de formulários do Sistema de Controle de Incidente (SCI).

A Comissão Distrital do Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos existe há oito anos e é presidida pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM/DF). É composto por cerca de 20 órgãos e instituições que atuam de forma integrada, no atendimento de situações emergenciais com artigos químicos contaminantes, no território do DF.

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