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CBPF e INTO firmam parceria para avanços em enxertos ósseos com nanotecnologia

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O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), do Ministério da Saúde, firmaram um acordo para o desenvolvimento de enxertos ósseos inovadores. A parceria une a pesquisa em nanotecnologia do CBPF com a expertise clínica do INTO para aprimorar o tratamento de pacientes com perda óssea grave no Sistema Único de Saúde (SUS).

A proposta é criar biomateriais baseados em hidroxiapatita — mineral presente no osso humano — com estrutura nanométrica, capaz de estimular a regeneração e serem gradualmente reabsorvido pelo corpo, o que reduz o tempo de recuperação dos pacientes.

“Essa cooperação é extremamente relevante, pois une duas instituições de referência nacional em prol da inovação. Nossa proposta é desenvolver um substituto ósseo que permita a engenharia tecidual e elimine a necessidade do uso prolongado de fixadores externos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, explicou João Matheus Guimarães, chefe da Coordenação de Ensino, Pesquisa e Inovação do INTO.

O Laboratório de Biomateriais do CBPF será responsável por sintetizar e caracterizar os compósitos, além de realizar estudos de liberação de fármacos e análises avançadas como microtomografia e microscopia eletrônica.

“O material é sintético e possui composição química similar a do osso humano. Ele atua como suporte para que células ósseas se fixem e formem novo tecido, sendo progressivamente reabsorvido pelo corpo à medida que a regeneração avança”, detalhou o pesquisador responsável pelo projeto no CBPF, André Linhares.

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A nanotecnologia está incorporada ao biomaterial por meio da produção de hidroxiapatita carbonatada em escala nanométrica, com alta taxa de dissolução in vivo. “Essa característica é essencial para que o biomaterial seja reabsorvido à medida que o osso novo cresce e ocupa o espaço da lesão”, explicou André.

Os testes iniciais mostraram alto potencial de aplicação clínica. O biomaterial foi avaliado em culturas de células ósseas quanto à toxicidade e à capacidade de promover biomineralização. Em colaboração com a professora Monica Calazans, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), também foi testado em animais de pequeno porte, com resultados positivos em relação à regeneração e biodegradação do material.

Em uma fase mais recente, microesferas do composto foram utilizadas com sucesso em humanos em procedimentos odontológicos, especialmente em cavidades geradas por extração de dentes, preparando a região para receber implantes.

“Nesta cooperação, os dois institutos desenvolverão de forma conjunta projetos de pesquisa científica e de desenvolvimento de materiais biocompatíveis para o tratamento de perdas ósseas causadas por traumas e processos infecciosos”, afirmou André Linhares.

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O próximo desafio será desenvolver enxertos ósseos nanoestruturados bioreabsorvíveis associados a fármacos com ação terapêutica. A expectativa é que esses compostos possam liberar medicamentos de forma controlada diretamente no local da lesão, otimizando o tratamento e ampliando o potencial regenerativo dos biomateriais.

Saúde e tecnologia

A assinatura do Acordo de Cooperação ocorreu na sede do CBPF, no Rio de Janeiro, e contou com a presença representantes do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).

Segundo a diretora do INTO, Germana Lyra Bähr, a cooperação irá ampliar as linhas de pesquisa e atendimento ao SUS: “O INTO é considerado um dos melhores hospitais de ortopedia do mundo e essa parceria agrega muito. Nós temos muitos casos que precisam ser estudados e pesquisados. Então, estar conectado com o CBPF aumenta as nossas expectativas de promover a nossa missão que é fazer cirurgias e atendimentos de alta complexidade”, disse.

Para o diretor do CBPF, Marcio Portes de Albuquerque, a física precisa estar à disposição da sociedade: “Ao firmar esta parceria com o INTO, o CBPF reafirma sua capacidade de contribuir com áreas prioritárias como a saúde pública, integrando a pesquisa em física ao desenvolvimento de soluções interdisciplinares em instrumentação, nanotecnologia, inteligência artificial e tecnologias aplicadas”, finalizou.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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TECNOLOGIA

MCTI coordena reunião sobre Prevenção e Monitoramento de Desastres Naturais

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O Grupo de Trabalho (GT) do BRICS sobre Prevenção e Monitoramento de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), liderado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), promoveu um workshop remoto para compartilhar os avanços de cada país no tema desastres geo-hidrometeorológicos.

O chefe da delegação brasileiro foi o coordenador-geral de Pesquisas e Desenvolvimento do Cemaden, José Marengo, que deu início à 3ª Reunião do GT, de forma remota na última segunda-feira, 12 de maio.

Marengo abriu o workshop lembrando das reuniões anteriores. “Na 2ª Reunião, organizada conjuntamente pela Rússia e pelo Brasil em São Petersburgo (Rússia), ocorreu em agosto de 2016, ocasião em que se reconheceu a necessidade de formulação e estruturação contínuas de abordagens científicas, tecnológicas e inovadoras para compreender as prioridades e direções para a prevenção e mitigação de desastres naturais em todos os países do BRICS”, disse.

Embora a magnitude e o impacto dos desastres, incluindo eventos climáticos extremos, estejam aumentando em todo o mundo, resultando em danos e perdas sem precedentes à infraestrutura, aos meios de subsistência e aos ecossistemas, o GT não havia se reunido nos últimos anos.

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Foram destacadas as iniciativas e avanços adotados sobre prevenção e monitoramento de desastres, ressaltando as especificidades no que tange às tipologias de desastres que impactam distintamente cada país.

Os delegados também enfatizaram os desafios, propostas e sugestões para cooperações técnico-científicas futuras, em especial a premência em iniciativas para a redução dos riscos de desastres, ações e investimentos no monitoramento e mapeamento global de áreas de riscos, monitoramento e desenvolvimento de modelos ambientais geo-hidro-meteorológicos, capacitações de jovens cientistas, eventos e encontros de cooperação técnica-científica na área da ciência dos desastres, entre outras.

“Todas as propostas e sugestões dos países serão sumarizadas em ata da reunião a ser preparada pelo Cemadene servirão de subsídios para ações conjuntas futuras do GT”, informou José Marengo, ponto focal do evento, ao final da reunião.

A diretora do Cemaden, Regina Alvalá, falou da importância do evento e ressaltou os atuais desafios da crise climática.  “Compartilhar experiências, estabelecer e fortalecer parcerias no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação são estratégias fundamentais para tratar os desafios ambientais e socioeconômicos regionais e globais para o enfrentamento dos extremos climáticos e os desastres por eles deflagrados” disse.

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GT sobre Prevenção e Monitoramento de Desastres Naturais

 O GT foi estabelecido em conformidade com o Memorando de Entendimento do BRICS sobre Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) e seguindo os resultados da Declaração Ministerial de Moscou sobre CTI de 2015.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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