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Mariangela Hungria é a primeira brasileira a receber o prêmio Nobel da Agricultura

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Mariangela Hungria é a primeira brasileira a receber o “Nobel” da Agricultura. Com uma pesquisa sobre insumos biológicos que revolucionam a agricultura, a engenheira agrônoma da Embrapa Soja entrou para a história ao ser anunciada como vencedora do Prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize), considerado o “Nobel da Agricultura”.

A premiação é concedida a pessoas que contribuíram significativamente para melhorar a qualidade, a quantidade ou a disponibilidade de alimentos no mundo. E, portanto, reconhece o impacto do trabalho de Mariangela.

Há mais de três décadas, ela pesquisa formas de substituir fertilizantes químicos por alternativas sustentáveis, como os inoculantes, produtos com microrganismos benéficos que ajudam as plantas a absorver nutrientes. Estima-se que suas soluções estejam presentes em mais de 40 milhões de hectares cultivados no Brasil, gerando uma economia anual de até US$ 25 bilhões para os agricultores e evitando a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.

Emocionada, Mariangela afirmou que não esperava um reconhecimento dessa magnitude. Para ela, o prêmio é fruto de “muita perseverança, e do fato de nunca ter desistido do sonho e de acredita que estava no caminho certo”.

A cientista é também uma das pioneiras na proposta da fixação biológica de nitrogênio como substituto aos fertilizantes químicos. O método permite que bactérias fixadoras convertam o nitrogênio do ar em formas assimiláveis pelas plantas, promovendo um ciclo agrícola mais limpo e eficiente.

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Além da contribuição científica, Mariangela destacou a importância de seu prêmio como símbolo da força das mulheres na cadeia alimentar. “É pela pesquisa brasileira e também pelo lado da mulher, porque as mulheres têm um papel incrível na produção de alimentos, que vai desde a agricultura familiar, praticada em sua maioria por mulheres, até a área da pesquisa, onde eu estou. Muitos dos trabalhos das mulheres são invisíveis, então espero que isso dê visibilidade à sustentabilidade da agricultura brasileira”, disse a engenheira.

O anúncio de sua premiação ocorreu na noite de terça-feira (13/5), e a cerimônia de entrega será realizada em outubro, em Des Moines, nos Estados Unidos, sede da Fundação World Food Prize, criada por Norman Borlaug, o “pai da Revolução Verde”.

Para Mariangela, o prêmio ainda parece um sonho. “A ficha ainda não caiu. Este prêmio traz muita visibilidade para a pesquisa brasileira. A grande maioria dos agricultores brasileiros é muito boa e muito preocupada com o planeta. Querem produzir com sustentabilidade e aceitam as tecnologias que nós oferecemos. Nós precisamos mudar essa visão que se tem lá fora”, diz a pesquisadora, se referindo a imagem do Brasil em outros países.

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Prêmio Mulheres e Ciência

Mariangela Hungria foi uma das seis contempladas na 1ª edição do Prêmio Mulheres e Ciência, que aconteceu em março desse ano. Ela foi premiada na categoria Trajetória, na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias.

Com investimento de cerca de R$ 500 mil, o Prêmio Mulheres e Ciência é fruto da parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério das Mulheres, British Council e Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).

A premiação conta com três categorias. Estímulo: voltada para pesquisadoras com até 45 anos com reconhecida produção científica, tecnológica ou de inovação; Trajetória: para cientistas com 46 anos ou mais com histórico de relevantes contribuições para a CT&I; e Mérito Institucional: reconhece instituições que demonstram compromisso com a promoção da equidade de gênero na ciência, por meio de políticas e ações institucionais.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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TECNOLOGIA

MCTI e CBPF inauguram Laboratórios de Quântica e IA e lançam pedra fundamental no Parque Tecnológico da UFRJ

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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF)  inauguraram nesta sexta-feira (13), no Rio de Janeiro, dois laboratórios, de Tecnologias Quânticas e Inteligência Artificial para Física, na sede do CBPF, localizada no bairro da Urca, e também lançaram a pedra fundamental do novo edifício da instituição no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Cidade Universitária.

A ministra Luciana Santos destacou que as novas estruturas representam um marco para a ciência nacional e dão um passo estratégico no fortalecimento do Rio de Janeiro como capital da pesquisa de excelência e inovação em física. As novas instalações e a futura expansão posicionam o CBPF, unidade de pesquisa vinculada ao MCTI, como um hub de Física voltado ao desenvolvimento científico, tecnológico e inovador.

“Este momento simboliza mais do que a abertura de novas instalações. Representa um salto estratégico para o nosso país. Estamos plantando as sementes de um futuro onde a ciência de ponta será a alavanca para resolver desafios complexos da sociedade, desde a segurança cibernética até a exploração sustentável de recursos naturais”, pontuou.

A ministra também ressaltou a relevância do momento para a ciência brasileira: “Considero que este é um dia histórico. Mais uma vez, avançamos em uma política pública que tem se mostrado efetiva nos objetivos a que se propõe: aproximar cada vez mais a produção científica da inovação, para que ela se realize plenamente. Para que a inteligência brasileira se traduza em produtos e serviços para a nossa população. Vejo aqui a materialização de um projeto estratégico para o Brasil, que é justamente essa ponte entre a ciência e a sociedade”, afirmou.

A iniciativa acontece em um momento simbólico para o mundo: o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, definido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO).

Investimento

Os dois laboratórios receberam cerca de R$ 46 milhões em recursos do MCTI, por meio da Finep, além de outros investimentos oriundos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No total, de 2023 até agora, a pasta apoia, via Finep, cinco projetos com o CBPF, que somam em torno de R$ 60,5 milhões.

“Costumo dizer que as unidades de pesquisa e as organizações sociais vinculadas ao MCTI são verdadeiras joias, que nós precisamos valorizar. Por isso, desde que assumimos, procuramos ampliar as liberações de recursos do FNDCT para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação coordenados por elas”, enfatizou a ministra.

Luciana Santos comparou os desembolsos para as vinculadas nos anos recentes. “No período de 2019 a 2022, os desembolsos médios anuais para as unidades de pesquisa limitaram-se a R$ 90,3 milhões. Ao passo que, nos anos de 2023 e 2024, esses desembolsos anuais médios ultrapassaram R$ 768 milhões, o que representa uma evolução de quase 750%. Não é pouca coisa”, disse.

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Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
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As novas instalações atuarão como propulsores nacionais para a pesquisa e inovação em Física. O Laboratório de Tecnologias Quânticas (QuantumTec) se destina à fabricação de dispositivos supercondutores – conhecidos como chips quânticos – SQUIDs (dispositivos de interferência quântica supercondutores, em tradução livre), amplificadores paramétricos, detectores de fótons, entre outros; e à comunicação quântica. Promove a integração entre nanotecnologia, IA, criptografia quântica e afins.

As linhas de pesquisa possuem recursos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Informação Quântica (INCT-IQ), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Petrobras.

Crédito: NCS/CBPF
Crédito: NCS/CBPF

O Laboratório de Inteligência Artificial para Física (Lab-IA) dedica-se à pesquisa e desenvolvimento de algoritmos para IA que respondam problemas em astrofísica, cosmologia, geofísica e petrofísica. O Lab-IA possui colaborações nacionais e internacionais, como o S-PLUS, o SOAR, entre outros; além de estar presente em parcerias para inovação com projetos com a indústria de óleo e gás.

A instalação conta com apoio do FNDCT, Finep, Faperj, Petrobras e CNPq. O Lab-IA está inserido no contexto do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que busca posicionar o país como referência mundial em inovação e eficiência no uso da inteligência artificial, especialmente no setor público.

Elias Ramos, presidente interino da Finep, destacou a importância estratégica do CBPF para o Brasil, especialmente nas áreas de tecnologias quânticas e inteligência artificial. “É muito bom testemunhar a expertise e a contribuição que o CBPF oferece ao país, particularmente na área de tecnologias quânticas, em que desenvolve projetos em rede com a participação de outras instituições de pesquisa do Rio de Janeiro. Essa mesma competência se revela em inteligência artificial, um tema estratégico para o Brasil, que está implementando o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). O CBPF terá um papel especial nessa agenda. Fico muito feliz em ver esse projeto de expansão em curso e seu papel relevante no avanço da infraestrutura nacional, como nas áreas de internet, comunicação e data center”, afirmou.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Márcio P. de Albuquerque, as inaugurações destacam o compromisso da instituição com o cenário científico e tecnológico nacional. “Os laboratórios vêm atender a uma demanda da sociedade. Precisamos ter pesquisa, tecnologia e inovação com temas estratégicos em prol do desenvolvimento do nosso país. Reafirmando nossa visão, o CBPF segue atuando na fronteira do conhecimento com as linhas estratégicas ao desenvolvimento nacional”, declarou.

Pedra fundamental no Parque Tecnológico da UFRJ

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Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)

À tarde, aconteceu a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do CBPF no Parque Tecnológico da UFRJ. A iniciativa simboliza a visão de futuro da instituição. Com mais de 10 mil m² e um investimento em torno de R$ 400 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o projeto será uma ponte direta entre a pesquisa de ponta gerada pelo CBPF e o ecossistema de inovação.

O secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes, destacou o compromisso do ministério com soluções institucionais pautadas pelo interesse público. “Desde o primeiro momento, o MCTI tinha a convicção de que, pautada pelo interesse público, haveria uma solução institucional que fosse boa e positiva para o Brasil e para suas instituições”, afirmou.

Ele também ressaltou o potencial do novo projeto de integração entre o CBPF e a UFRJ, destacando seu impacto estratégico no sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação. “A UFRJ está iniciando um projeto de integração com o CBPF, que também amplia a conexão do centro com o sistema de ciência, tecnologia e inovação do Brasil como um todo, alavancando nossa participação em áreas de fronteira e em projetos de cooperação internacional. Estou muito alegre de estar aqui hoje, celebrando esse momento. Dessa pedra nasce um projeto de mobilização e parceria institucional que vai alavancar o desenvolvimento do Brasil”, completou.

O reitor da UFRJ, Roberto de Andrade, também celebrou a iniciativa: “O CBPF aqui na nossa universidade, no nosso parque tecnológico, tem tudo para dar grandes saltos e gerar soluções disruptivas. Nossa parceria tem sido muito exitosa — logo no início do meu mandato inauguramos o INPE, que hoje é uma potência, e agora estamos assinando um acordo para a criação de um centro de inovação. Esse ecossistema, com grandes físicos e pesquisadores, é extremamente promissor. Quero reiterar o compromisso da UFRJ com essa iniciativa. Contem conosco. Não tenho a menor dúvida de que ela trará grandes contribuições para o desenvolvimento social e econômico do país, em todas as áreas”.

A presença do CBPF no Parque Tecnológico permitirá a conexão mais ágil e eficaz entre as linhas de pesquisa com empresas, indústrias e áreas acadêmicas. Segundo o diretor do Parque, Romildo Toledo, a iniciativa consolida ainda mais a posição da instituição como referência em inovação integrada: “Hoje fortalecemos ainda mais o ecossistema de inovação do Rio e do Brasil. A instalação do Centro de Pesquisa e Inovação do CBPF no Parque Tecnológico da UFRJ, dedicado às áreas que impulsionam a fronteira do conhecimento, é a prova viva de que somos o território onde a pesquisa avançada e instituições de excelência convergem para impulsionar o desenvolvimento do país”, afirmou.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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