O início do período chuvoso traz alívio para as pastagens, mas também acende um sinal de alerta para os produtores de leite. A elevação da umidade e o acúmulo de matéria orgânica nos locais de convivência dos animais criam condições ideais para o avanço da mastite ambiental, uma das principais causas de redução na produtividade e de perdas econômicas nas fazendas brasileiras.
Mastite ambiental causa grandes prejuízos à pecuária leiteira
De acordo com João Paulo Lollato, médico-veterinário e gerente de Produtos & Trade da Biogénesis Bagó, a doença impacta diretamente o volume e a qualidade do leite produzido, gerando prejuízos expressivos para o produtor.
Um estudo da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), publicado em 2022, estima que as perdas associadas à mastite cheguem a 1,75 bilhão de litros de leite por ano no Brasil.
A infecção é causada por bactérias oportunistas presentes no ambiente, especialmente em camas úmidas e mal higienizadas. Entre os principais agentes estão Escherichia coli, Klebsiella e outras bactérias gram-negativas que se multiplicam rapidamente em períodos de alta umidade.
“Durante a estação chuvosa, a carga bacteriana no ambiente aumenta muito, elevando o risco de infecção. O controle da mastite passa por uma combinação de boas práticas de manejo, higiene e imunização preventiva”, explica Lollato.
Manejo e higiene: pilares no controle da mastite
O primeiro passo para reduzir os casos de mastite ambiental está no manejo diário do rebanho. Manter camas limpas e secas, realizar higienização adequada dos tetos e dos equipamentos de ordenha, e alimentar as vacas logo após a ordenha — evitando que se deitem com o esfíncter do teto aberto — são medidas essenciais para diminuir o risco de contaminação.
“O produtor precisa compreender que o manejo sanitário é uma ferramenta de produtividade, não um custo. Investir em prevenção é mais eficiente e sustentável do que lidar com perdas recorrentes”, reforça o veterinário.
Vacinação e suplementação fortalecem a imunidade do rebanho
Além da higiene, a imunização preventiva tem papel central na proteção contra a mastite ambiental. A vacinação com o antígeno E. coli J5, presente em produtos como a Rotatec® J5, apresenta eficácia comprovada, reduzindo em até 45% os casos da doença e proporcionando aumento médio de 7% na produção de leite em rebanhos vacinados.
O especialista também destaca a importância da suplementação nutricional, especialmente com vitaminas e minerais que fortalecem a imunidade natural das vacas. O uso do Adaptador Full é recomendado em períodos de estresse térmico, mudanças bruscas de clima e pré-parto, fases críticas para o sistema imunológico dos animais e que coincidem com o protocolo vacinal contra as mastites.
Atenção redobrada no período chuvoso
A mastite ambiental é mais frequente no início da lactação e em rebanhos com falhas de higiene e manejo. Quando o controle é negligenciado, pode se tornar um problema crônico, comprometendo a longevidade e a produtividade das vacas.
“O período chuvoso exige vigilância constante. Manter a mastite sob controle é sinônimo de leite de qualidade e rebanhos mais produtivos”, conclui Lollato.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio