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Mercado reduz projeções de inflação até 2028 e prevê leve alta no crescimento do PIB, mostra Boletim Focus

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O mercado financeiro voltou a revisar para baixo suas projeções de inflação entre 2025 e 2028, conforme mostra o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central (BC). A pesquisa, que reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras, também aponta um leve aumento nas expectativas de crescimento econômico para este ano.

Segundo o levantamento, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,72% para 4,70% em 2025, e de 4,28% para 4,27% em 2026. As previsões para os anos seguintes também recuaram: 3,83% para 2027 e 3,60% para 2028, ante 3,90% e 3,68% na pesquisa anterior.

Mesmo com o alívio nas projeções, os economistas ainda não veem a inflação convergindo para o centro da meta oficial de 3%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que considera variações entre 1,5% e 4,5% como intervalo aceitável.

Meta contínua e atuação do Banco Central

Desde o início de 2025, o Brasil passou a adotar o sistema de meta contínua de inflação, que avalia o comportamento dos preços com base na variação acumulada em 12 meses. O Banco Central ajusta a taxa básica de juros (Selic) para manter a inflação dentro da meta, considerando que as mudanças na taxa demoram entre seis e 18 meses para surtir efeito na economia.

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Caso o indicador permaneça fora do intervalo por seis meses consecutivos, o BC é obrigado a justificar o descumprimento da meta por meio de uma carta pública ao ministro da Fazenda. Em junho, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou uma dessas comunicações a Fernando Haddad, explicando que a inflação havia superado o teto de 4,5% devido ao aquecimento da atividade econômica, à valorização do dólar, ao aumento no custo da energia elétrica e a anomalias climáticas.

Projeção para o PIB sobe levemente

As expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) também foram revisadas. O mercado projeta um crescimento de 2,17% em 2025, ligeiramente acima dos 2,16% da semana anterior, enquanto a estimativa para 2026 permanece em 1,80%. O PIB é o principal indicador de desempenho econômico, somando todos os bens e serviços produzidos no país.

Selic deve permanecer em 15% neste ano

Em relação à taxa Selic, o mercado manteve as projeções: o juro básico da economia deve encerrar 2025 em 15% ao ano, mesmo patamar atual, e cair para 12,25% ao fim de 2026. Para 2027, a expectativa é de uma nova redução, para 10,50% ao ano.

A manutenção das taxas sugere que o Banco Central pretende seguir cauteloso no processo de afrouxamento monetário, diante das incertezas sobre o comportamento da inflação e dos efeitos das condições externas sobre a economia brasileira.

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Cenário cambial e balanço comercial

O câmbio também deve permanecer estável, segundo as projeções do Focus. A expectativa para o dólar no fim de 2025 é de R$ 5,45, e para 2026, de R$ 5,50.

Na balança comercial, o superávit esperado foi ajustado de US$ 62 bilhões para US$ 61,15 bilhões em 2025 e de US$ 65,72 bilhões para US$ 65,22 bilhões em 2026.

Quanto ao investimento estrangeiro direto (IED), as projeções seguem em US$ 70 bilhões tanto para 2025 quanto para 2026, indicando estabilidade nas expectativas de entrada de capital produtivo no país.

Inflação mais baixa, mas poder de compra ainda em risco

Apesar do recuo nas projeções de inflação, economistas alertam que o cenário ainda exige atenção. Quando os preços sobem de forma persistente, o poder de compra da população, especialmente das famílias de menor renda, é comprometido, já que os salários costumam subir em ritmo mais lento do que a inflação.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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STF retoma debate sobre distribuição de lucros por empresas com dívidas fiscais

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Supremo analisa constitucionalidade de penalidades aplicadas a empresas endividadas

A discussão sobre a distribuição de lucros, dividendos e bonificações por empresas com débitos fiscais voltou ao centro do debate jurídico e econômico. O tema, que afeta diretamente o planejamento societário e a gestão financeira de companhias de todos os portes, está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.161.

O julgamento irá definir se permanecem válidas as penalidades aplicadas a empresas que distribuem valores a sócios e administradores mesmo estando inscritas na dívida ativa da União ou de autarquias federais.

Decisão pode redefinir regras de governança financeira

De acordo com Milena Xavier Linhares de Andrade, advogada da Hemmer Advocacia, o julgamento é decisivo para o ambiente empresarial, pois pode redefinir práticas de governança e planejamento financeiro.

“O tema envolve um equilíbrio delicado entre a necessidade do Estado de preservar o crédito tributário e o direito das empresas à livre iniciativa. Caso o STF autorize a distribuição de lucros mesmo com dívidas fiscais, haverá uma mudança significativa no cenário atual”, explica Milena.

A especialista ressalta que uma decisão favorável às empresas poderá alterar a forma como o Fisco aplica penalidades, exigindo novas estratégias de compliance tributário.

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Entenda o que diz a legislação atual

Atualmente, empresas com dívidas fiscais não garantidas estão proibidas de distribuir lucros, dividendos ou bonificações. O descumprimento dessa regra pode resultar em multa de até 50% do valor distribuído, limitada a 50% do total do débito.

A norma tem como objetivo evitar a dilapidação do patrimônio empresarial e assegurar o pagamento das dívidas tributárias. Entretanto, enquanto o julgamento no STF não é concluído, as empresas permanecem sujeitas a autuações e penalidades.

Impacto econômico e desigualdade entre tipos societários

Segundo a advogada, o debate não se limita à esfera jurídica — ele também reflete preocupações econômicas.

“Muitas empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, dependem da distribuição de lucros para manter o fluxo de caixa. A manutenção dessa proibição pode gerar insegurança e até comprometer a sobrevivência de alguns negócios”, afirma.

Milena também chama atenção para a diferença de tratamento entre sociedades limitadas e anônimas.

Enquanto as limitadas estão sujeitas à restrição, as sociedades anônimas podem distribuir dividendos mesmo possuindo débitos fiscais.

“Essa distinção cria um tratamento desigual entre empresas que exercem o mesmo papel econômico. Uma regulamentação uniforme e proporcional seria o ideal”, avalia.

Orientações para empresas enquanto julgamento segue em aberto

O STF ainda não concluiu o julgamento da ADI 5.161, que deve decidir se a penalidade continuará válida ou se dependerá da comprovação de insuficiência patrimonial da empresa.

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Enquanto não há decisão definitiva, Milena recomenda prudência:

“As empresas devem revisar suas práticas contábeis, garantir que os débitos estejam parcelados ou devidamente assegurados e manter registros transparentes. Um bom planejamento tributário é essencial para evitar autuações futuras”, orienta.

A advogada reforça que, embora a multa de 50% seja questionada por desproporcionalidade, o risco jurídico ainda existe.

“Mesmo que o Supremo flexibilize a regra, a distribuição de lucros em meio a passivos fiscais requer análise técnica e individualizada. O ideal é agir com cautela e buscar orientação especializada para equilibrar riscos e responsabilidades”, finaliza.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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