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Preços do trigo despencam no Brasil e em Chicago com oferta global elevada e tensões comerciais

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Cenário internacional pressiona cotações

O mercado global de trigo atravessa um período de intensa volatilidade, reflexo de uma combinação de fatores geopolíticos e de oferta. Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), as cotações do cereal encerraram a última sexta-feira (10) em forte baixa, alcançando os menores níveis desde 2020.

Os contratos para dezembro de 2025 fecharam cotados a US$ 4,98 ½ por bushel, recuando 1,57% em relação ao dia anterior. Já os contratos para março de 2026 terminaram a US$ 5,15 ¼ por bushel, queda de 1,66%. No acumulado da semana, o trigo em Chicago registrou uma desvalorização de 3,25%.

Segundo analistas, a ampla oferta global e a acirrada concorrência entre exportadores têm limitado o avanço das cotações. Revisões recentes de safra na Argentina e na Rússia, com projeções mais altas de produção e exportações, reforçaram a pressão sobre os preços internacionais.

Tensões comerciais entre EUA e China ampliam instabilidade

A escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, agravada por novas ameaças de tarifas por parte do ex-presidente Donald Trump, também contribuiu para o pessimismo no mercado. O aumento da incerteza reduziu a demanda por commodities agrícolas e provocou uma reação em cadeia que atingiu tanto a soja quanto o trigo.

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Esses fatores combinados criam um ambiente de cautela, especialmente para países exportadores que competem diretamente com os grandes players do mercado global.

Produtores brasileiros enfrentam queda acentuada nos preços

No Brasil, o impacto da volatilidade internacional é sentido de forma direta pelos triticultores. De acordo com a TF Agroeconômica, o preço da saca de trigo, que chegou a R$ 80,71, caiu para cerca de R$ 62,47, reduzindo significativamente a rentabilidade do produtor.

Especialistas apontam que o momento exige atenção redobrada na estratégia de comercialização. Vender no momento errado tem sido um erro recorrente, e o apoio de cooperativas e associações pode ser essencial para definir o melhor timing de venda e minimizar perdas.

Fatores que influenciam o mercado interno

Apesar do cenário adverso, alguns elementos ainda sustentam a demanda no mercado doméstico. Entre eles estão as boas exportações norte-americanas, a compra recente de 220 mil toneladas de trigo pelo Bangladesh e o aumento do interesse pelo trigo paranaense, que vem se destacando pela competitividade frente ao importado.

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Além disso, rumores sobre o possível retorno do PEPRO (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) para o Rio Grande do Sul têm gerado otimismo entre os produtores locais, embora ainda não haja confirmação oficial do governo.

Por outro lado, fatores como a liquidação de contratos por fundos de investimento, a alta produção global e o dólar valorizado, que encarece as importações, continuam exercendo pressão negativa sobre o mercado interno.

Perspectivas: prudência e gestão de risco

Com o cenário global sinalizando abundância de oferta e competição acirrada nas exportações, o setor deve se preparar para um período de preços baixos e margens estreitas. Para o produtor brasileiro, a estratégia ideal envolve planejamento de vendas, uso de ferramentas de proteção de preço e parcerias com cooperativas, que podem ajudar a garantir maior previsibilidade e segurança nas operações.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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AGRONEGÓCIO

Chuvas aumentam risco de mastite ambiental e exigem manejo rigoroso nas fazendas leiteiras

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O início do período chuvoso traz alívio para as pastagens, mas também acende um sinal de alerta para os produtores de leite. A elevação da umidade e o acúmulo de matéria orgânica nos locais de convivência dos animais criam condições ideais para o avanço da mastite ambiental, uma das principais causas de redução na produtividade e de perdas econômicas nas fazendas brasileiras.

Mastite ambiental causa grandes prejuízos à pecuária leiteira

De acordo com João Paulo Lollato, médico-veterinário e gerente de Produtos & Trade da Biogénesis Bagó, a doença impacta diretamente o volume e a qualidade do leite produzido, gerando prejuízos expressivos para o produtor.

Um estudo da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), publicado em 2022, estima que as perdas associadas à mastite cheguem a 1,75 bilhão de litros de leite por ano no Brasil.

A infecção é causada por bactérias oportunistas presentes no ambiente, especialmente em camas úmidas e mal higienizadas. Entre os principais agentes estão Escherichia coli, Klebsiella e outras bactérias gram-negativas que se multiplicam rapidamente em períodos de alta umidade.

“Durante a estação chuvosa, a carga bacteriana no ambiente aumenta muito, elevando o risco de infecção. O controle da mastite passa por uma combinação de boas práticas de manejo, higiene e imunização preventiva”, explica Lollato.

Manejo e higiene: pilares no controle da mastite

O primeiro passo para reduzir os casos de mastite ambiental está no manejo diário do rebanho. Manter camas limpas e secas, realizar higienização adequada dos tetos e dos equipamentos de ordenha, e alimentar as vacas logo após a ordenha — evitando que se deitem com o esfíncter do teto aberto — são medidas essenciais para diminuir o risco de contaminação.

“O produtor precisa compreender que o manejo sanitário é uma ferramenta de produtividade, não um custo. Investir em prevenção é mais eficiente e sustentável do que lidar com perdas recorrentes”, reforça o veterinário.

Vacinação e suplementação fortalecem a imunidade do rebanho

Além da higiene, a imunização preventiva tem papel central na proteção contra a mastite ambiental. A vacinação com o antígeno E. coli J5, presente em produtos como a Rotatec® J5, apresenta eficácia comprovada, reduzindo em até 45% os casos da doença e proporcionando aumento médio de 7% na produção de leite em rebanhos vacinados.

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O especialista também destaca a importância da suplementação nutricional, especialmente com vitaminas e minerais que fortalecem a imunidade natural das vacas. O uso do Adaptador Full é recomendado em períodos de estresse térmico, mudanças bruscas de clima e pré-parto, fases críticas para o sistema imunológico dos animais e que coincidem com o protocolo vacinal contra as mastites.

Atenção redobrada no período chuvoso

A mastite ambiental é mais frequente no início da lactação e em rebanhos com falhas de higiene e manejo. Quando o controle é negligenciado, pode se tornar um problema crônico, comprometendo a longevidade e a produtividade das vacas.

“O período chuvoso exige vigilância constante. Manter a mastite sob controle é sinônimo de leite de qualidade e rebanhos mais produtivos”, conclui Lollato.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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