Em 2025, o fotógrafo brasileiro Felipe Cuoco desembarca em Miami para participar da Art Basel Miami Beach, um dos eventos mais prestigiados do circuito artístico mundial, que acontece entre 5 e 7 de dezembro este ano. A participação nasce de uma parceria construída com consistência ao longo do último ano com a Galeria Azur, que após o grande destaque de Cuoco na exposição de Nova York convidou o artista para integrar o seleto grupo de criadores representados na feira.
A presença do fotógrafo marca não apenas um avanço em sua trajetória internacional, mas também a expansão de um projeto que já se tornou sua assinatura artística: “O Chamado do Pantanal” — uma série dedicada a documentar, através da fine art, a força estética e a urgência ambiental do bioma mais rico do Brasil.
Uma curadoria construída entre beleza e alerta ambiental. Para Miami, Felipe Cuoco e a Galeria Azur definiram uma curadoria centrada no Pantanal brasileiro, bioma que o fotógrafo documenta há anos em expedições que combinam pesquisa, imersão ambiental e construção poética de imagens. O estande apresentará um recorte visual que une beleza, silêncio e urgência ecológica, ressaltando a dualidade que permeia o trabalho de Cuoco: a exuberância de um ecossistema único e, ao mesmo tempo, sua fragilidade diante das transformações climáticas e ambientais.
A narrativa propõe um convite ao olhar mais profundo — não apenas contemplar, mas sentir o vínculo entre natureza e humanidade, guiado pela linguagem contemporânea da fotografia fine art.
Para compor sua exposição, Felipe Cuoco selecionou três imagens emblemáticas de sua série pantaneira:
Majesty of the Pantanal (a imponência da onça-pintada, símbolo máximo da força selvagem); Golden Survival (imagens que revelam a luta diária pela sobrevivência no coração do bioma;
Pantanal Sunrise (a poesia silenciosa dos amanheceres no Rio Cuiabá, onde luz e névoa desenham paisagens etéreas).
Segundo o fotógrafo, cada obra foi escolhida por representar um pilar essencial da vida selvagem: força, resistência e serenidade. “São imagens reais, capturadas em campo, mas tratadas pelo olhar artístico que transforma o documental em poesia visual”, afirma.
A arte como ponte entre o Brasil e o mundo
Reconhecido por aliar fotografia de natureza e consciência ambiental, Cuoco acredita que seu trabalho tem um papel claro no diálogo internacional:
“A arte atravessa fronteiras. Levar o Pantanal à Art Basel é dar voz à natureza brasileira diante do mundo. Quero que essas imagens despertem pertencimento, admiração e também responsabilidade.”
Em um cenário global atento a temas ambientais, a presença do Pantanal na feira se torna simbólica: um bioma brasileiro ocupando um dos palcos mais influentes da arte contemporânea.
Objetivos e impacto da participação na Art Basel
Além da exibição em si, Felipe Cuoco tem metas estratégicas para sua participação: ampliar a visibilidade da arte brasileira, fortalecer sua inserção internacional e construir relações com colecionadores, curadores e galeristas.
“É uma oportunidade de consolidar novas parcerias e abrir portas para futuras exposições. Quero que o Brasil seja reconhecido não apenas como inspiração, mas como referência em fotografia de natureza e fine art”.
Entre o documental e a linguagem artística
Embora seu trabalho tenha raízes no registro da vida selvagem, Cuoco é categórico ao afirmar que o resultado final transcende o documental:
“Cada fotografia precisa ir além do registro. Quero que ela respire emoção, luz, silêncio. Que seja real e, ao mesmo tempo, profundamente estética”.
Essa união — técnica, estética e propósito ambiental — tem sido o diferencial que posiciona sua obra no cenário internacional.
A fotografia brasileira no mundo: um movimento em ascensão
Cuoco observa um momento importante para a fotografia fine art brasileira: artistas com alto nível técnico e sensibilidade estética ganham espaço nas principais vitrines internacionais. O desafio, segundo ele, ainda reside na ampliação institucional e comercial — presença consistente em galerias, feiras e plataformas globais.
Ao integrar a Art Basel Miami Beach, Cuoco se torna parte ativa desse movimento, fortalecendo o reconhecimento internacional da produção brasileira contemporânea.
Um marco na trajetória
Para o artista, participar da feira é mais que um grande passo: é um símbolo.
“É a concretização de um sonho e, ao mesmo tempo, um lembrete de que a arte ainda é um refúgio em um mundo em transformação. Minha intenção é que cada imagem seja um chamado silencioso vindo da natureza — um convite para reconexão, respeito e contemplação”.
Assim, Felipe Cuoco leva ao maior palco da arte contemporânea não apenas três obras, mas todo um bioma — sua luz, sua fauna e sua urgência —, reafirmando a força da fotografia como ponte, alerta e poesia.