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COP30: painel reforça estratégia nacional de proteção a crianças e adolescentes no turismo

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O enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes no contexto do turismo foi tema do painel “Justiça Protetiva e o Futuro: Estratégias interinstitucionais na prevenção de crimes contra crianças e adolescentes”, realizado nesse sábado (15.11) no estande “Conheça o Brasil”, do Ministério do Turismo, na Green Zone da COP30. O debate em Belém (PA), que reuniu representantes do poder público e especialistas, integrou a agenda ampliada do órgão para fortalecer ações preventivas e reforçar o Movimento Turismo que Protege.

Participaram da conversa a delegada Maria Julia, da Polícia Civil do Pará; Fábia Mussi, representante do Ministério Público, e Flávia Marçal, secretária-executiva de Primeira Infância e Desenvolvimento Infantojuvenil da Prefeitura Municipal de Belém. A mediação coube à delegada federal Erika Sabino, que destacou a urgência de práticas interinstitucionais mais robustas e permanentes. Erika apresentou dados que reforçam a complexidade do tema: apenas 16% dos casos de abuso são cometidos por desconhecidos.

“Durante quase nove anos atuei no Direito, mas foi apenas quando passei a trabalhar diretamente com crianças e adolescentes que compreendi a dimensão real do que acontece com nossas crianças. Muitas vezes dizemos a elas: ‘não fale com estranhos’. Mas a criança não tem a mesma percepção que um adulto. Para ela, o vendedor de pipoca na porta da escola – que sorri, conversa e é gentil – não é um estranho. Ela não consegue identificar o perigo. Na maioria das vezes, o agressor é alguém do convívio, alguém considerado seguro. E mais importante: nem sempre o abuso deixa marcas físicas. A violência sexual pode ocorrer sem dor, sem grito, sem ameaça explícita. Por isso, a rede de proteção é tão essencial”, explicou Erika Sabino.

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A delegada Maria Julia reforçou a necessidade do diálogo para prevenir esses crimes. “É tão importante prevenir e falar, conversar e estar presente na família, para que cada vez mais a gente possa coibir esse crime”, afirmou.

Durante o painel, foram apresentados exemplos práticos de prevenção. Um dos destaques ficou por conta da estratégia “Conversas que Protegem”, desenvolvida em Icoaraci (PA), explicada pela representante do Ministério Público, Fábia Mussi. “A iniciativa promove rodas de diálogo, escuta ativa e atividades educativas com crianças, famílias e comunidades, criando um ambiente de confiança para identificar riscos, orientar sobre direitos e fortalecer a proteção social”, disse Fábia. O projeto evidencia que a prevenção eficaz nasce da proximidade, da educação e da participação comunitária.

“Todos reconhecem que é preciso proteger nossas crianças e adolescentes. A questão é: como fazer isso? Como garantir proteção durante grandes festas, como o Carnaval, ou no período de férias em cidades turísticas? O grande desafio é estruturar metodologias possíveis para cada realidade. Estamos avançando nesse caminho”, pontuou a representante do Ministério Público.

PREPARAÇÃO – Entre as ações especiais no sentido de preparar Belém para COP30, Flávia Marçal apresentou o protocolo especial montada pelo município durante o período do evento climático, com foco no acolhimento e na proteção social, intitulado “Ação e Proteção na COP30”. A operação envolve equipes capacitadas, plantão integrado de atendimento, protocolos de ação unificados e campanhas educativas em áreas de grande circulação. “Belém se tornou uma referência mundial para proteção da criança e do adolescente. Essa foi a primeira COP em que um protocolo como esse acontece, e estou muito orgulhosa disso”, afirmou Marçal.

ADESÃO – A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Belém aderiu ao Movimento Turismo que Protege, criado pelo Ministério do Turismo para ampliar a preservação dos direitos infantojuvenis no setor. A ação foi marcada por uma carta de intenção assinada pelas painelistas e pela ministra do Turismo em exercício, Ana Carla Lopes.

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“Proteger nossas crianças é proteger o futuro do turismo brasileiro. A adesão de Belém mostra que estamos unindo forças para construir destinos onde a infância seja valorizada e mantida longe de qualquer forma de violência”, destacou a ministra Ana Carla Lopes.

TURISMO QUE PROTEGE – O painel reforçou o compromisso do Ministério do Turismo com o Movimento Turismo que Protege, alinhado ao Código de Conduta Brasil, que orienta e sensibiliza prestadores de serviços turísticos inscritos no Cadastur a adotarem práticas de prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes. A adesão ao Código pode ser feita pelo site www.codigodeconduta.turismo.gov.br, onde também estão disponíveis um curso EAD, podcasts e o Manual do Multiplicador, que explica como profissionais devem agir em situações suspeitas e difundir boas práticas.

CANAIS DE DENÚNCIAS – Para denunciar casos de violência, abuso ou exploração sexual contra crianças e adolescentes, podem ser utilizados os seguintes canais:

            •          Disque 100 – Central Nacional de Direitos Humanos. Funciona 24h, inclusive fins de semana e feriados.

            •          Aplicativo Direitos Humanos BR – Permite denúncias anônimas e acompanhamento do caso.

            •          Polícia Militar – 190 (Para situações de emergência)

            •          Delegacias Especializadas e Conselhos Tutelares – Atuam em acolhimento, registro e encaminhamento dos casos.

Por Fábio Marques

Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

Fonte: Ministério do Turismo

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Ministério do Turismo apresenta Projeto Tapajós para estruturar o turismo sustentável na Amazônia

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Em um movimento estratégico para posicionar a Amazônia como um grande destino turístico sustentável, o Ministério do Turismo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançaram oficialmente, nesse sábado (15.11), o “Projeto Tapajós – A porta de entrada do turismo na Amazônia”. O evento, realizado durante um painel na COP30, em Belém (PA), incluiu a promoção de um debate com as presenças de Ana Carla Lopes, ministra do Turismo em exercício; Ellen Acioli, especialista do BID para a Amazônia; Fabiana Oliveira, coordenadora-geral de Produtos e Experiências Turísticas do Ministério do Turismo; e o chef paraense Saulo Jennings, embaixador gastronômico da ONU Turismo.

Ao apresentar uma iniciativa focada no turismo sustentável dentro do maior fórum climático do mundo, o Ministério do Turismo reforça o setor como uma alternativa econômica verde, inovadora e viável para a Amazônia. O projeto materializa, na prática, como o turismo pode gerar renda, inclusão social e conservação ambiental, alinhando o desenvolvimento do Brasil aos debates globais sobre a preservação do bioma e a economia climática.

A ação envolve a elaboração do Plano Estratégico do Turismo Sustentável da Região do Baixo Tapajós, abrangendo Santarém e Belterra, no Pará. O território já é reconhecido internacionalmente por experiências autênticas de contato com a floresta, comunidades locais, praias fluviais e uma gastronomia que figura entre as mais premiadas do país.

A ministra do Turismo em exercício, Ana Carla Lopes, destacou o caráter transformador da iniciativa. “O Projeto Tapajós é uma demonstração concreta de que o turismo pode ser uma força motriz da bioeconomia amazônica. Estamos mostrando ao mundo, na COP30, que é possível gerar renda para os povos da floresta, fortalecer experiências autênticas e garantir que o desenvolvimento aconteça com a floresta em pé”, declarou Ana Carla.

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Representando o BID, Ellen Acioli reforçou o papel da cooperação internacional na construção de soluções sustentáveis: “O BID tem trabalhado para apoiar iniciativas que conectam desenvolvimento econômico, inclusão e conservação ambiental. O Projeto Tapajós é um exemplo de como o turismo pode transformar territórios quando envolve as comunidades desde o início”, afirmou Ellen.

Fabiana Oliveira, do Ministério do Turismo, enfatizou o impacto direto da ação nas experiências oferecidas ao visitante da região. “Esse é um trabalho conjunto que valoriza as potencialidades de uma região já muito visada pelos turistas que visitam o Pará. Nosso objetivo é tornar esse destino ainda mais potente, com ações alinhadas ao desenvolvimento sustentável, respeitando a cultura e os saberes dos povos tradicionais”, explicou Fabiana.

O chef Saulo Jennings, referência da gastronomia do Tapajós, celebrou o protagonismo da Amazônia na COP30. “É muito simbólico ver a Amazônia sendo discutida com a participação real das pessoas que vivem aqui. E, ainda mais simbólico, é ter a gastronomia que nasce das nossas comunidades, dos nossos ingredientes e da força dos povos tradicionais como parte desse processo de reconhecimento e valorização”, destacou Jennings.

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DESENVOLVIMENTO – O Projeto Tapajós terá duração de 10 meses e vai ser estruturado em seis eixos principais: infraestrutura e saneamento; ordenamento territorial; estruturação de produtos turísticos e marketing; fomento à economia criativa; atração de investimentos e concessões; e criação de linhas de crédito específicas para o setor.

A metodologia envolve visitas técnicas aos municípios e comunidades para a elaboração de um diagnóstico situacional completo. Ao final, será entregue um Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) no Polo Tapajós, acompanhado de seis planos de ação temáticos de cada área.

COMUNIDADES TRADICIONAIS – A participação ativa das comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas é um eixo estruturante da proposta. O plano reconhece estes grupos como protagonistas e guardiões dos valores naturais e culturais que sustentam o turismo no território – e busca beneficiá-los diretamente por meio da geração de renda, da valorização de saberes e da melhoria das condições de infraestrutura e serviços básicos.

Segundo um diagnóstico preliminar do Ministério do Turismo, o projeto pode impactar positivamente 15 comunidades indígenas, mais de 30 comunidades tradicionais e ribeirinhas, 7 assentamentos e 3 comunidades quilombolas do Baixo Tapajós. A execução ficará a cargo da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Garupa, que atua desde 2012 com foco no fortalecimento do turismo sustentável em parceria com povos tradicionais.

Por Cleo Soares

Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

Fonte: Ministério do Turismo

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