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Governo estuda elevar juros e diversificar fontes de financiamento para viabilizar Plano Safra 2025/26

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O Ministério da Agricultura está em busca de alternativas para ampliar o volume de recursos destinados ao Plano Safra 2025/26, diante do cenário de aperto fiscal e da elevação da taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano. A Pasta admite a possibilidade de elevar os juros do crédito rural na próxima temporada, prevista para começar em julho, como forma de manter o nível de financiamento ao setor produtivo.

“Se a Selic sobe, o custo da equalização aumenta. Temos apenas duas opções: ou elevamos os juros ou reduzimos o volume de recursos. Como a redução não está em pauta, a elevação dos juros se torna uma possibilidade, embora seja impopular entre os produtores”, afirmou o assessor especial do Ministério da Agricultura, Carlos Augustin, em entrevista ao jornal Valor Econômico. “Sabemos das dificuldades, mas não vamos deixar a agricultura desassistida”, completou.

Entre as alternativas consideradas para reforçar o funding do plano, está a flexibilização das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), com o objetivo de ampliar a captação de recursos. Atualmente, as LCAs têm exigibilidade de 50%, percentual que pode ser aumentado. Outra possibilidade é revisar a regra de 2024 que elevou de três para nove meses o prazo mínimo de resgate desses títulos. Instituições financeiras defendem essa revisão, e o Banco Central propõe um prazo intermediário de seis meses.

O uso do Fundo Social do pré-sal também está em análise, especialmente para linhas voltadas ao atendimento de produtores afetados pela estiagem no Rio Grande do Sul. Além disso, o assessor defende que os recursos estrangeiros captados para programas como a conversão de pastagens degradadas sejam contabilizados no montante total do Plano Safra 2025/26.

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Augustin também mencionou a possibilidade de incluir novamente no cômputo total do plano as Cédulas de Produto Rural (CPRs) lastreadas em recursos obrigatórios dos bancos, como as LCAs.

Outro ponto defendido pelo assessor é a maior utilização de linhas de crédito em dólar oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo ele, essa modalidade poderia representar uma saída estratégica para o crédito rural, especialmente para produtores do Centro-Oeste. “Há recursos disponíveis com taxa de juros de dólar mais 8,5% ao ano, sem custo para o Tesouro. O hedge é natural, já que os insumos e produtos são cotados em dólar. Basta casar os prazos. É uma solução viável para o financiamento agrícola do país”, avaliou.

Augustin também sugeriu ampliar o uso de recursos dos fundos constitucionais das regiões Centro-Oeste (FCO), Nordeste (FNE) e Norte (FNO) para operações de custeio, que atualmente estão limitadas a um terço do saldo aplicado. “Num ano difícil, talvez possamos reduzir um pouco os investimentos e aumentar o custeio. Precisamos combinar diferentes fontes de recursos para atingir o ideal”, afirmou.

Custo do crédito preocupa setor

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) demonstrou preocupação com os custos do crédito rural para a próxima safra, que, segundo a entidade, deverão ser os mais altos dos últimos dez anos. A associação destacou que o valor previsto para a equalização de juros em 2025, cerca de R$ 15 bilhões, é o mesmo do ano passado, quando a Selic estava em 10,5% ao ano — abaixo dos atuais 14,25%, com possibilidade de novas altas.

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Em nota, a Aprosoja sugeriu ao governo o envio de um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) para suplementar em ao menos R$ 10 bilhões os recursos para a equalização de juros em 2025. A proposta prevê a ampliação do orçamento para o custeio agropecuário de R$ 1,5 bilhão para R$ 5 bilhões, para o seguro rural de R$ 1 bilhão para R$ 4 bilhões, e para a subvenção de investimentos de R$ 4 bilhões para R$ 6,5 bilhões.

“Com a elevação dos custos de produção, especialmente devido ao dólar alto, e a ampliação da área cultivada, os recursos atuais já não são suficientes nem para manter o volume do ano anterior”, alertou a entidade. Segundo a Aprosoja, a falta de reforço no orçamento poderá levar à redução dos empréstimos e ao consequente desestímulo à produção.

A entidade também estima que, sem reforço orçamentário, a participação do crédito subsidiado poderá cair dos atuais 30% para 20% da necessidade total de recursos no campo. Apesar de representar uma fatia menor, essa parcela controlada pelo governo é considerada essencial para equilibrar as taxas de juros praticadas no mercado.

“A redução no crédito poderá comprometer a oferta de alimentos e, como consequência, provocar aumento nos preços ao consumidor”, concluiu a associação.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Preços do boi gordo sobem em parte do país com escalas de abate mais curtas

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O mercado físico do boi gordo registrou reação positiva nos preços ao longo da semana em importantes estados produtores, como Pará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul. A alta é resultado do encurtamento das escalas de abate e da redução na oferta de animais prontos, conforme análise de Fernando Iglesias, da Safras & Mercado.

Em São Paulo, os preços permanecem estáveis, com frigoríficos de grande porte ainda bem abastecidos e sustentados pela oferta de animais provenientes de parcerias comerciais.

Cotações da arroba do boi gordo por estado

Os valores da arroba do boi gordo a prazo, apurados em 22 de outubro, apresentaram variações positivas em várias praças de comercialização:

  • São Paulo (Capital): R$ 315,00/@ — alta de 1,61% frente aos R$ 310,00 da semana anterior.
  • Goiás (Goiânia): R$ 305,00/@ — avanço de 1,67% sobre os R$ 300,00 da última semana.
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 305,00/@ — aumento de 1,67% frente aos R$ 300,00 da semana anterior.
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 330,00/@ — alta de 1,54% ante os R$ 325,00 da semana passada.
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 300,00/@ — estabilidade em relação à semana anterior.
  • Rondônia (Vilhena): R$ 290,00/@ — valorização de 3,57% frente aos R$ 280,00 do último fechamento.
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Essas variações refletem ajustes pontuais de oferta e demanda regionais, com frigoríficos buscando recompor estoques diante da maior restrição de abates.

Mercado atacadista mantém preços firmes com aumento do consumo

No mercado atacadista, os preços da carne bovina permanecem firmes, sustentados pela melhora na reposição entre o atacado e o varejo. Segundo Iglesias, a movimentação tende a se intensificar nas próximas semanas com o pagamento do 13º salário, contratações temporárias e o início das confraternizações de fim de ano, fatores que aumentam a circulação de dinheiro e o consumo de proteína animal.

  • Traseiro bovino: R$ 25,00/kg — estável frente à semana anterior.
  • Dianteiro bovino: R$ 18,20/kg — alta de 1,10% em relação aos R$ 18,00/kg da última semana.
Exportações de carne bovina seguem em ritmo forte

As exportações brasileiras de carne bovina — nas modalidades fresca, congelada ou refrigerada — somaram US$ 1,108 bilhão em outubro (até o dia 22), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O volume embarcado atingiu 201,3 mil toneladas, com média diária de 15,5 mil toneladas, e preço médio de US$ 5.506,30 por tonelada. A receita média diária ficou em US$ 85,3 milhões.

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Em comparação com outubro de 2024, os embarques registraram:

  • Alta de 48,9% no valor médio diário;
  • Ganho de 26,1% na quantidade exportada;
  • Aumento de 18,1% no preço médio.

O desempenho reforça o forte apetite internacional pela carne brasileira, sustentado por um câmbio competitivo e pela boa demanda da China e do Oriente Médio.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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