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Milho registra baixa liquidez no Brasil e preços futuros oscilam entre incertezas climáticas e políticas de biocombustível

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O mercado de milho brasileiro segue com liquidez limitada em diversas regiões do país, refletindo o descompasso entre oferta e demanda, enquanto os contratos futuros na Bolsa Brasileira (B3) operam em campo misto. No cenário internacional, os preços em Chicago também abriram em leve queda, influenciados por preocupações com a política de biocombustíveis e a pressão da safra norte-americana.

Mercado interno: preços variam e negociações permanecem lentas

Sul do país: RS, SC e MS com liquidez limitada

No Rio Grande do Sul, a TF Agroeconômica indica preços de milho que variam entre R$ 67,00 e R$ 70,00 por saca, dependendo da região. Em Santa Rosa e Ijuí, compradores oferecem R$ 67,00, enquanto em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro, a cotação chega a R$ 70,00. Para setembro, os pedidos giram entre R$ 68,00 e R$ 70,00, e no porto a referência futura para fevereiro/2026 permanece em R$ 69,00 por saca.

Em Santa Catarina, a abertura da nova safra mantém o mercado travado. Em Campos Novos, produtores pedem R$ 80,00/saca, mas as ofertas não superam R$ 70,00. No Planalto Norte, pedidos de R$ 75,00 contrastam com ofertas de R$ 71,00, desestimulando novos negócios e fazendo com que agricultores reconsiderem investimentos futuros.

No Mato Grosso do Sul, o mercado se mantém lento, com cotações entre R$ 47,00 e R$ 53,00/saca, destacando Dourados como a região com melhores preços. Pequenas baixas foram registradas em Sidrolândia, mas, de modo geral, os valores permanecem distantes do necessário para impulsionar novos contratos.

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Paraná: impasse entre produtores e indústrias

No Paraná, os preços pedidos pelos produtores variam de R$ 73,00 a R$ 75,00/saca FOB, enquanto as indústrias permanecem firmes em ofertas abaixo de R$ 70,00 CIF. Esse descompasso mantém o mercado spot praticamente parado, dificultando a efetivação de novos negócios.

Preços futuros na B3: estabilidade com leves oscilações

Na quinta-feira (18), os contratos futuros do milho na B3 apresentaram movimentos mistos por volta das 10h07, refletindo expectativas do mercado interno e influências externas:

  • Novembro/25: R$ 67,12 (-0,19%)
  • Janeiro/26: R$ 70,16 (-0,13%)
  • Março/26: R$ 73,21 (+0,03%)
  • Maio/26: R$ 71,75 (+0,13%)

Os contratos mais curtos recuaram acompanhando a queda do dólar e das cotações internacionais, enquanto os vencimentos mais longos foram sustentados pela revisão da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que elevou a projeção de exportação de milho brasileiro em setembro de 6,96 milhões para 7,12 milhões de toneladas. Apesar do aumento, o número ainda fica abaixo das 7,31 milhões de toneladas embarcadas em agosto, mas supera as 6,56 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2024.

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Cenário internacional: Chicago registra queda nos contratos

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho abriram em baixa por volta das 10h:

  • Dezembro/25: US$ 4,26 (-0,75 ponto)
  • Março/25: US$ 4,44 (-0,25 ponto)
  • Maio/26: US$ 4,54 (-0,25 ponto)
  • Julho/26: US$ 4,59 (-0,25 ponto)

Segundo o site Farm Futures, a fraqueza nos preços reflete preocupações sobre possíveis mudanças na política federal de biocombustíveis, que podem afetar a demanda por etanol a longo prazo. No entanto, os contratos ainda são sustentados pelo receio de que o clima adverso do final do verão no Centro-Oeste dos EUA possa ter prejudicado o potencial de produtividade. Analistas projetam algum alívio da umidade no sul do Cinturão do Milho ainda esta semana, mas estados como Indiana e Ohio devem permanecer secos.

O fechamento de quarta-feira (17) em Chicago também registrou queda, com o contrato de dezembro recuando 0,64% (US$ 426,75) e março caindo 0,56% (US$ 444,50). A pressão da safra norte-americana, combinada com expectativas de produção recorde e a menor produção de etanol em quase quatro meses, contribuiu para o movimento negativo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Preço do MAP recua 10% e devolve parte das altas de 2025, mas queda chega tarde para o produtor brasileiro

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Fertilizante MAP acumula queda de 10% após sete semanas consecutivas de recuo

O preço do MAP (fosfato monoamônico), um dos fertilizantes mais utilizados na agricultura brasileira, apresentou queda contínua nas últimas sete semanas, de acordo com levantamento da StoneX. O insumo acumula baixa de 10% nos portos brasileiros, devolvendo parte das altas registradas no primeiro semestre de 2025.

Entre o início do ano e meados de setembro, o produto havia subido cerca de 15%, pressionando as relações de troca com soja e milho e reduzindo o poder de compra dos produtores. O aumento dos custos levou muitos agricultores a adiar decisões de compra e a buscar alternativas mais econômicas.

Importações de MAP caem 22%, enquanto produtores buscam alternativas mais baratas

A valorização do MAP no início do ano impactou diretamente o volume importado. Entre janeiro e setembro, o Brasil trouxe pouco mais de 2,5 milhões de toneladas do produto, uma queda de 22% em comparação com o mesmo período de 2024.

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Para reduzir custos, os produtores recorreram a fertilizantes com menor concentração de fósforo, como o SSP (superfosfato simples) e o NP (mistura de nitrogênio e fósforo). Segundo a StoneX, as importações desses produtos cresceram 18% e 50%, respectivamente, refletindo o esforço do setor em equilibrar os gastos diante das margens apertadas.

O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías, explica que esse movimento reflete uma mudança de postura estratégica no setor.

“Os importadores estão mais atentos à volatilidade internacional e à dinâmica cambial, buscando equilibrar custo e risco nas decisões de compra. Essa postura tende a se manter, mesmo com preços mais baixos”, destaca o especialista.

Queda de preços chega tarde para influenciar a atual safra

Apesar da recente desvalorização, o impacto sobre o mercado interno deve ser limitado. Isso porque a maior parte das compras de fertilizantes ocorre meses antes do plantio, quando distribuidores reforçam estoques e produtores garantem seus insumos.

Com a safra atual já praticamente definida, a redução nas cotações chega tarde para beneficiar os agricultores. Ainda assim, a tendência de queda pode abrir caminho para um cenário mais favorável em 2026, com relações de troca mais equilibradas e recuperação gradual da demanda.

“Essa correção nos preços do MAP é positiva, mas ocorre em um momento em que o volume de compras já está consolidado. Caso o movimento de baixa persista, o mercado pode encontrar condições mais estáveis e competitivas no próximo ciclo”, conclui Pernías.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Fonte: Portal do Agronegócio

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