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Argentina zera imposto de exportação de grãos e acirra disputa com Brasil no mercado global

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O governo da Argentina anunciou na manhã desta segunda-feira (22.09) a suspensão, até 31 de outubro, das retenciones, tributo que incide sobre exportações de grãos e derivados. A medida, inesperada, tem como objetivo dar fôlego ao dólar e estimular a rápida comercialização da safra de soja.

O anúncio derrubou os preços futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago já nas primeiras horas do pregão. Soja, farelo e óleo recuaram cerca de 1% nas posições mais negociadas, em reflexo à expectativa de um fluxo imediato de embarques argentinos ao mercado internacional.

O impacto recai sobretudo sobre o Brasil, maior exportador global de soja. Com a isenção, a Argentina ganha margem para oferecer preços mais agressivos em mercados estratégicos como China e União Europeia, os mesmos que concentram as vendas brasileiras. Analistas avaliam que a decisão tende a pressionar os prêmios pagos pela soja nacional e pode adiar embarques programados, já que tradings e importadores buscarão aproveitar a janela de competitividade argentina.

A disputa ocorre em um momento em que o produtor brasileiro já enfrenta margens apertadas diante da queda internacional das commodities agrícolas em 2025. O câmbio pode amenizar parte da pressão: com o real mais desvalorizado, a soja nacional mantém atratividade, mas o ganho temporário da Argentina deve alterar o ritmo das negociações. Muitos produtores brasileiros, segundo especialistas, podem optar por segurar a safra nos armazéns e aguardar uma recomposição de preços a partir de novembro, quando o imposto voltará a ser cobrado no país vizinho.

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O efeito imediato também se estende ao mercado de derivados. O farelo de soja argentino, já tradicionalmente competitivo, deve ganhar ainda mais espaço no curto prazo, afetando as exportações brasileiras. Por outro lado, o setor de proteína animal no Brasil pode se beneficiar indiretamente, já que a oferta ampliada de farelo pode resultar em insumos mais baratos para ração.

Embora temporária, a decisão de Buenos Aires amplia a volatilidade em um mercado já pressionado pelo excesso de oferta global. Para o Brasil, o episódio serve de alerta e reforça a necessidade de diversificação dos contratos e de avanços logísticos capazes de reduzir custos e preservar participação no comércio mundial.

A Argentina é terceiro produtor mundial de soja, atrás dos EUA, em segundo, e do Brasil, que lidera o ranking. O Brasil, por outro lado, exporta muito mais grãos do que a Argentina, com embarques projetados em 2025/26 pelo USDA em 112 milhões de toneladas, contra apenas 5 milhões dos argentinos.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Varejo alimentar cresce 4,5% em agosto impulsionado pelo aumento de preços, aponta pesquisa

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Uma pesquisa recente da Rock Encantech, com base em 160 milhões de transações, revela crescimento no varejo alimentar brasileiro em agosto, destacando o impacto dos preços e do comportamento dos consumidores nos resultados do setor.

Alta de 4,5% no varejo em agosto

O levantamento da Rock Encantech indica que o varejo alimentar registrou alta de 4,5% em agosto em comparação com julho. A análise por canais mostra resultados distintos:

  • Supermercados: crescimento de 3,7%, impulsionado pelo aumento de itens por carrinho (+5,9%) e do ticket médio (+4,4%), mesmo com queda de 1,3% na frequência de compras.
  • Atacarejos: avanço de 2,2%, resultado do crescimento na quantidade de produtos por compra (+1%), no ticket médio (+0,8%) e na frequência de idas às lojas (+1,8%).

Além disso, o Índice de Fidelidade e Engajamento do Varejo (IFEV) apresentou 108,7% nos atacarejos e 108,5% nos supermercados, indicando que shoppers fidelizados mantêm maior gasto médio que os não fidelizados.

Fatores que impulsionam o crescimento

Para Fernando Gibotti, vice-presidente de Varejo e Indústria da Rock Encantech, o aumento nos preços tem sido determinante para os resultados. “Apesar da sazonalidade de cinco fins de semana em agosto, que contribuiu para a frequência de compras, o crescimento do setor está diretamente ligado ao aumento do ticket médio”, afirma.

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Panorama histórico do varejo alimentar

Os resultados de agosto seguem a tendência de crescimento observada em julho, quando o setor avançou 4,8% em relação ao mês anterior:

  • Atacarejos cresceram 3,9%, puxados pelo aumento do gasto médio (+1,8%), frequência de visitas (+2,5%) e número de itens por compra (+0,4%).
  • Supermercados avançaram 3,3%, com crescimento no gasto médio (+0,8%) e frequência (+2,5%), mas queda de 1,1% na quantidade de itens por carrinho.

O comparativo anual também evidencia o efeito do aumento de preços: em agosto de 2025, frente a agosto de 2024, os supermercados cresceram 2,9% e os atacarejos recuaram 2,6%, mas o ticket médio e o gasto médio subiram em ambos os canais.

Análise e desafios para o setor

Segundo Gibotti, o desempenho do varejo não pode ser analisado apenas pelos percentuais de crescimento ou retração. “Fatores como inflação, reajustes, política e relações comerciais influenciam diretamente a forma como os produtos chegam ao shopper. Cada varejista precisa compreender o comportamento do consumidor e ajustar estratégias para lidar com imprevistos”, alerta.

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Perspectivas para os próximos meses

Com o crescimento sustentado e o impacto dos preços nos resultados, o setor deve continuar atento às tendências de consumo, ajustando estratégias de marketing, promoções e fidelização para manter o desempenho positivo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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