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Arrecadação de IOF bate recorde em agosto e fortalece busca por alternativas como FIDCs

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A arrecadação do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) alcançou em agosto de 2025 o maior patamar já registrado. Segundo a Receita Federal, o recolhimento foi 42,5% superior ao do mesmo mês do ano passado.

O salto não reflete um aumento no mercado de crédito, mas sim as mudanças trazidas pelo Decreto nº 12.499/2025, que elevou alíquotas e ampliou a base de incidência do imposto.

IOF mais caro pressiona empresas e investidores

Para especialistas, o avanço da arrecadação representa um peso adicional para quem depende de crédito.

“Esse crescimento não reflete uma expansão do crédito no país, mas sim um efeito direto do novo enquadramento tributário. Ou seja, é uma arrecadação que veio do aumento de impostos, o que, de certa forma, é ruim para o mercado de crédito”, explica Dionathan Henchel, sócio fundador da Vertrau.

O cenário aumenta os custos das operações tradicionais e desafia empresas e investidores na hora de planejar o financiamento.

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FIDCs ganham espaço como alternativa

Diante da majoração do IOF, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) se consolidam como uma opção mais atrativa, por serem isentos do imposto. Esses fundos permitem securitizar recebíveis, diversificar fontes de financiamento e reduzir a dependência de linhas tradicionais de crédito.

“Quando aliados a uma gestão tecnológica e especializada, os FIDCs oferecem previsibilidade, eficiência operacional e até ganhos tributários dentro dos limites legais”, complementa Henchel.

Decreto nº 12.499/2025 amplia incidência do IOF

Publicada em junho, a norma trouxe alterações significativas:

  • Inclusão de operações como antecipação de pagamentos a fornecedores, forfait e “risco sacado”;
  • Alíquota adicional de 0,38% sobre operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas;
  • Cobrança de 0,38% sobre a aquisição primária de cotas de FIDCs, inclusive por instituições financeiras;
  • Elevação das alíquotas no câmbio, que podem chegar a 3,5%.
Empresas devem repensar estratégias de financiamento

O recorde de arrecadação mostra os efeitos imediatos da alteração normativa: mais impostos e maior custo para o crédito, sem expansão proporcional da atividade.

“É fundamental que as empresas repensem suas estratégias de financiamento. Nesse novo cenário, soluções como os FIDCs e ferramentas avançadas de gestão de recebíveis tendem a se consolidar como caminhos mais sustentáveis e competitivos”, conclui Henchel.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Fonte: Portal do Agronegócio

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AGRONEGÓCIO

Tributação preocupa mais o agronegócio brasileiro que o tarifaço dos EUA, afirma Marcos Troyjo

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O agronegócio brasileiro enfrenta desafios maiores com a carga tributária interna do que com os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, segundo o economista, cientista social e diplomata Marcos Troyjo. A avaliação foi apresentada nesta quinta-feira (18/9), durante a 2ª Conferência de Direito e Agronegócio da OAB-SP, em Ribeirão Preto (SP).

Troyjo critica a postura do governo americano, que ele apelida de “Trumpulência”, definida como uma combinação de turbulência, imponência e incoerência, com impacto significativo sobre a economia brasileira. Para ele, tarifar importações é uma política incoerente, que prejudica tanto os EUA quanto seus parceiros comerciais, especialmente porque o país abriga diversas multinacionais.

Relação Brasil-EUA em momento crítico

O diplomata ressalta que a relação entre Brasil e Estados Unidos nunca esteve tão ruim, cenário que prejudica diretamente o agronegócio nacional.

“O governo brasileiro é de Marte e o americano é de Vênus. Tivemos muitos agravantes nessa relação nos últimos meses e, acredito, a situação só deve normalizar com o resultado das eleições brasileiras em 2026”, afirmou Troyjo.

Ele também destaca que, enquanto os EUA reduzem sua tributação para cerca de 20% do PIB, o Brasil, mesmo após a reforma tributária, deve manter uma carga equivalente a 33% do PIB, tornando o ambiente menos atraente para investimentos.

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Agro brasileiro e segurança alimentar global

Segundo Troyjo, o agronegócio brasileiro é essencial para o abastecimento mundial, mas os desafios enfrentados pelo setor já geram preocupação em países que dependem dessa produção.

“Diante do aumento da população mundial em 2 bilhões nos próximos 25 anos, a segurança jurídica dentro da porteira será fundamental para atrair investimentos globais em alimentos e energia”, afirmou.

Infraestrutura e desafios jurídicos do setor

Durante a conferência, a empresária rural e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Cristina Vendramini, destacou seis grandes desafios para o produtor rural, quatro deles ligados a questões jurídicas:

  • Segurança jurídica
  • Questões indígenas, incluindo marco temporal e regularização ambiental
  • Armazenamento da produção
  • Recuperação judicial, financiamento, endividamento e seguro rural

Para Leonardo Sica, presidente da OAB-SP, esses temas são cruciais para o desenvolvimento do setor, que representa cerca de um quarto do PIB brasileiro.

“Atualmente, o Congresso e alguns setores jurídicos estão mais preocupados com temas que não interessam ao Brasil. Precisamos recuperar nossa capacidade de defender o que realmente importa para a sociedade”, disse Sica.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Fonte: Portal do Agronegócio

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