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Trigo no Brasil: preços caem, mas mercado futuro oferece oportunidades para produtores e moinhos

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Os preços do trigo em grão seguem em queda nas principais regiões produtoras do Brasil, pressionados pelo avanço da colheita, redução da produção e importações mais baratas. Segundo levantamento da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), na semana de 12 a 18 de setembro, o trigo de qualidade superior recuou para R$ 68,00 por saco no Rio Grande do Sul, enquanto no Paraná os valores oscilaram entre R$ 69,00 e R$ 73,00 por saco.

No Paraná, cerca de 25% da área da nova safra já foi colhida neste início de semana, contra 34% no mesmo período do ano passado. O Departamento de Economia Rural (Deral) aponta que “aproximadamente 85% das lavouras estão em boas condições, com 49% em maturação e 31% em frutificação”. No Rio Grande do Sul, a Emater registrou 15% das lavouras na fase de enchimento de grãos.

Além do avanço da colheita, a valorização do real frente ao dólar tem tornado a importação mais barata, pressionando os preços internos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu sua estimativa de produção para 7,5 milhões de toneladas, o menor volume desde 2020, enquanto analistas privados, como a StoneX, projetam que a safra final pode atingir apenas 7,3 milhões de toneladas.

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Importações crescem e mudam padrão de fornecedores

Apesar da retração de 9,5% em agosto, com 493,2 mil toneladas importadas, as compras externas devem chegar a 5,17 milhões de toneladas entre janeiro e setembro, podendo atingir 7 milhões de toneladas até o fim de 2025. O destaque é a concentração das compras na Argentina, que saltou de 189,5 mil toneladas para 465,6 mil toneladas, respondendo por quase todo o volume importado. Em contrapartida, países como Estados Unidos, Rússia e Uruguai perderam relevância no fornecimento.

Internamente, houve maior pulverização regional das entregas, com estados como Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Pará e Espírito Santo aumentando sua participação, além do envio de pequenos volumes a regiões antes pouco representativas.

Mercado futuro surge como alternativa estratégica

Apesar do cenário de preços baixos no mercado físico, especialistas da TF Agroeconômica apontam que o primeiro semestre de 2026 pode apresentar oportunidades de alta, devido à expectativa de menor produção nacional e possível recuperação dos preços internacionais à medida que os estoques globais forem consumidos.

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A recomendação para produtores e moinhos é substituir operações no mercado físico pelas do mercado futuro. Essa estratégia permite garantir preços competitivos com apenas 8% a 12% do valor necessário no físico, liberando recursos para cobrir volumes maiores e enfrentar a concorrência no setor de farinhas.

Para os moinhos, que tradicionalmente compram grandes quantidades no físico, os contratos futuros possibilitam adquirir trigo aos preços de Chicago e revendê-lo posteriormente, garantindo margem quando os preços subirem. Dessa forma, o mercado futuro funciona como um instrumento eficiente de proteção contra a volatilidade, equilibrando risco e custo.

Perspectivas para produtores e compradores

O momento de preços baixos pode ser aproveitado para planejar vendas e compras estratégicas ao longo do próximo semestre. A utilização de contratos futuros permite tanto aos agricultores quanto aos compradores protegerem-se das flutuações de mercado, maximizando lucros e garantindo maior segurança financeira.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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AGRONEGÓCIO

Varejo alimentar cresce 4,5% em agosto impulsionado pelo aumento de preços, aponta pesquisa

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Uma pesquisa recente da Rock Encantech, com base em 160 milhões de transações, revela crescimento no varejo alimentar brasileiro em agosto, destacando o impacto dos preços e do comportamento dos consumidores nos resultados do setor.

Alta de 4,5% no varejo em agosto

O levantamento da Rock Encantech indica que o varejo alimentar registrou alta de 4,5% em agosto em comparação com julho. A análise por canais mostra resultados distintos:

  • Supermercados: crescimento de 3,7%, impulsionado pelo aumento de itens por carrinho (+5,9%) e do ticket médio (+4,4%), mesmo com queda de 1,3% na frequência de compras.
  • Atacarejos: avanço de 2,2%, resultado do crescimento na quantidade de produtos por compra (+1%), no ticket médio (+0,8%) e na frequência de idas às lojas (+1,8%).

Além disso, o Índice de Fidelidade e Engajamento do Varejo (IFEV) apresentou 108,7% nos atacarejos e 108,5% nos supermercados, indicando que shoppers fidelizados mantêm maior gasto médio que os não fidelizados.

Fatores que impulsionam o crescimento

Para Fernando Gibotti, vice-presidente de Varejo e Indústria da Rock Encantech, o aumento nos preços tem sido determinante para os resultados. “Apesar da sazonalidade de cinco fins de semana em agosto, que contribuiu para a frequência de compras, o crescimento do setor está diretamente ligado ao aumento do ticket médio”, afirma.

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Panorama histórico do varejo alimentar

Os resultados de agosto seguem a tendência de crescimento observada em julho, quando o setor avançou 4,8% em relação ao mês anterior:

  • Atacarejos cresceram 3,9%, puxados pelo aumento do gasto médio (+1,8%), frequência de visitas (+2,5%) e número de itens por compra (+0,4%).
  • Supermercados avançaram 3,3%, com crescimento no gasto médio (+0,8%) e frequência (+2,5%), mas queda de 1,1% na quantidade de itens por carrinho.

O comparativo anual também evidencia o efeito do aumento de preços: em agosto de 2025, frente a agosto de 2024, os supermercados cresceram 2,9% e os atacarejos recuaram 2,6%, mas o ticket médio e o gasto médio subiram em ambos os canais.

Análise e desafios para o setor

Segundo Gibotti, o desempenho do varejo não pode ser analisado apenas pelos percentuais de crescimento ou retração. “Fatores como inflação, reajustes, política e relações comerciais influenciam diretamente a forma como os produtos chegam ao shopper. Cada varejista precisa compreender o comportamento do consumidor e ajustar estratégias para lidar com imprevistos”, alerta.

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Perspectivas para os próximos meses

Com o crescimento sustentado e o impacto dos preços nos resultados, o setor deve continuar atento às tendências de consumo, ajustando estratégias de marketing, promoções e fidelização para manter o desempenho positivo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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