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Festival Vulica estreia no Brasil com edição histórica e inscreve Brasília no mapa mundial da arte urbana

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Primeira edição brasileira do festival entrega 11 obras que trouxeram novas cores ao centro comercial de Brasília

A sexta edição do Festival Vulica Brasil fez história em Brasília nas últimas semanas, ao transformar o Conic e o Setor Comercial Sul em verdadeiras galerias de arte a céu aberto. Durante 14 dias, artistas nacionais e internacionais revitalizaram a paisagem urbana do centro da capital modernista, imprimindo cores, formas e narrativas que refletem tanto a individualidade de cada criador quanto o espírito coletivo da arte pública.

Realizado pela primeira vez no Brasil, o Vulica nasceu em Minsk, Belarus, onde, entre 2014 e 2019, protagonizou uma revolução cultural ao transformar a Rua Oktyabrskaya em epicentro criativo. Desde então, a região ficou conhecida como “Rua Brasil”, em homenagem ao destaque da arte urbana brasileira. Agora, em 2025, o festival estreou em Brasília, cidade de arquitetura singular e energia cultural vibrante, conectando-se ao público local por meio de murais, oficinas, visitas guiadas, música, conversas e atrações abertas a todas as idades.

O Vulica Brasil é o quinto festival mais tradicional do gênero no mundo, há 11 anos na cena. O projeto em Brasília foi aprovado na Seleção Petrobras Cultural, viabilizado com patrocínio da Petrobras pela Lei Rouanet e com o apoio do Fundo de Apoio à Cultura do DF, consolidando-se como uma das mais relevantes iniciativas de arte urbana no País. Mais do que colorir muros, o Vulica Brasil se propôs a fortalecer a arte urbana local, transformar espaços públicos em ambientes vivos, interativos e inspiradores, capazes de aproximar artistas e comunidade.

Com curadoria diversa, a edição brasileira apresentou o maior número de mulheres artistas da história do festival. Entre os destaques estiveram JUMU (Alemanha/Peru), Ledania (Colômbia), Rowan Bathurst (EUA), Hanna Lucatelli (SP) e Juliana Lama (BSB). A presença feminina foi acompanhada por grandes nomes da cena urbana brasileira, como o coletivo Bicicleta Sem Freio (GO), Toys Daniel (BSB), Enivo (SP), Rafael Sliks (SP), além de L7Matrix (SP) e Zéh Palito (SP), que participaram de edições na Belarus.

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Cada mural inaugurado trouxe uma narrativa potente. Enivo apresentou “Trilha”, um monumental tributo à resistência e à força coletiva dos artistas negros. A dupla Bicicleta Sem Freio reafirmou sua identidade visual com a obra “Cobra Criada & Master Blaster”, de cores chapadas e surrealismo tropical. Já L7Matrix, com “Luminous Veil”, explorou contrastes de luz e sombra em um mural que revela uma entidade oculta sob o dourado.

As artistas legaram obras de forte impacto. Hanna Lucatelli pintou um mural que celebra o feminino de forma poética, em escala monumental, enquanto Juliana Lama trouxe “sono sonho som”, trabalho que reflete sobre a importância do descanso e do sonho para a criação. Rowan Bathurst apresentou “A Flecha do Tempo”, mural que conecta gerações de mulheres, da Vênus de Willendorf às mulheres contemporâneas. Ledania & Shaday Gomez trouxeram a obra “A ansiedade altera a percepção da realidade”,  inspirado no fenômeno psicológico, mostrando como a ansiedade fragmenta a percepção, fazendo a mente criar imagens irreais.

Outros nomes também emocionaram o público. Toys Daniel, em conexão afetiva com sua cidade natal, trouxe personagens lúdicos inspirados em sua “Toysland”. Rafael Sliks transformou um edifício icônico do Conic, com sua caligrafia abstrata, evocando ritmo e respiração urbana. Zéh Palito homenageou a importância do lazer e da prosperidade negra em um mural repleto de vitalidade. E JuMu apresentou fusão entre padrões, cores e técnicas, criando um mundo próprio baseado na sua herança latino-americana.

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Mais do que mostra de murais, o Festival Vulica Brasil expandiu fronteiras ao integrar oficinas, atividades educativas, conversas e visitas guiadas, inclusive de refugiados residentes no DF, em coordenação com a ACNUR (agência da ONU para refugiados), e de alunos de escolas da região. Em parceria com SESI Lab, o evento fortaleceu a efervescência cultural emergente no centro de Brasília e mostrou que a arte urbana pode ser vetor de transformação social, além de um poderoso convite ao encontro e ao diálogo.

Em mais uma mostra de seu compromisso social, como ocorre em toda edição do festival, o Vulica Brasil investiu generosos recursos e energia vital na transformação do Beco do Rato na Galeria dos Becos, em coordenação com ONG local, legando ao local obras de valor inestimável dos artistas Rowan Bathurst (Baltimore, USA), Enivo (SP) e Juliana Lama (DF).

Ao final de duas semanas, o Vulica não apenas legou a Brasília obras monumentais – também criou novas histórias, forjou memórias coletivas e revitalizou os espaços por onde passou. A primeira edição brasileira do Festival Vulica Brasil consolida o evento como marco histórico da arte urbana no DF, mostrando ao mundo a força criativa local e ampliando o intercâmbio cultural que é marca registrada do projeto desde seus primórdios em Minsk, cidade de quase mil anos de fundação que hoje conta com uma Rua Brasil.

https://www.instagram.com/vulicabrasil/

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Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Planaltina é realizada neste domingo (28)

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Manifestação promove a descentralização da visibilidade e das lutas por direitos no Distrito Federal

A cidade de Planaltina (DF) recebe neste domingo (28 de setembro) a 12ª edição da Parada do Orgulho LGBTQIA+. Com uma mistura de luta por direitos e celebração, a concentração começa às 14 horas no estacionamento do Ginásio de Múltiplas Funções. Entre as atrações estão as cantoras Maba e MC Lana, as drag queens Elloa Negrinny e Ginger Mc. Gaffney, e os DJs Larissa West e Léo Thierry.

A edição deste ano da Parada de Planaltina tem como tema “Sou LGBT e Tenho Família” e faz parte do projeto Distrito Criativo, uma parceria do Distrito Drag com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF). O intuito é reforçar a perspectiva de que pessoas da população LGBTQIA+ precisam ter seus direitos assegurados e de que integram núcleos familiares, em contraposição ao discurso conservador centrado em famílias com um único formato.

Para a idealizadora e coordenadora técnica da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Planaltina, Gil Padylha, a realização de manifestações como esta fora da região central de Brasília promove um fortalecimento comunitário porque incentiva o ativismo local e a organização de coletivos de base. “Promover uma manifestação como essa em Planaltina tem a ver com educação e diálogo. A presença de paradas do orgulho em áreas periféricas estimula a conversa com a comunidade, escolas e famílias”, analisa Gil.

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A 12ª edição da mobilização é promovida juntamente com o coletivo Distrito Drag, que une forças a diversas outras realizadas no DF. “Nossa parceria com a Parada de Planaltina é importante para reforçar nosso compromisso como instituição que está na linha de frente da promoção dos direitos humanos e a democratização do acesso a cultura”, ressalta Ruth Venceremos, uma das diretoras do coletivo.

Paradas do Orgulho, tanto no Plano Piloto quanto nas regiões administrativas, são importantes ferramentas de luta por direitos, visibilidade, resistência e celebração da diversidade. Gil destaca que “elas contribuem para transformar o DF em um espaço mais justo e inclusivo, respeitando as múltiplas realidades de sua população”.

Descentralização

Nos últimos anos, a população LGBTQIA+ tem reforçado a mobilização para a realização de paradas em várias regiões do Distrito Federal, descentralizando manifestações que são fundamentais para marcar espaços de visibilidade e luta por direitos. De acordo com Gil, “essa descentralização leva o debate e a celebração para regiões que enfrentam mais desigualdade e violência. Além disso, é importante ter a consciência de que nem todas as pessoas LGBTQIA+ conseguem se deslocar até o centro de Brasília e participar da Parada realizada lá”.

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SERVIÇO

Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Planaltina
28 de setembro, a partir das 14h
Estacionamento do Ginásio de Múltiplas Funções (Setor Recreativo)
Entrada gratuita

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