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Em um mês, SAMU Indígena atende mais de 150 pacientes da Aldeia Jaguapiru (MS)

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O primeiro SAMU Indígena (SAMUi) do Brasil já atendeu 153 pessoas na Aldeia Jaguapiru, em Dourados, no Mato Grosso do Sul. O serviço foi inaugurado há um mês, e desde então, cerca de cinco pacientes são atendidos diariamente. Antes, os profissionais do SAMU 192 do próprio município de Dourados prestavam socorro aos indígenas da reserva. A equipe conseguia atender em média duas pessoas por dia.

Filho de pai indígena, nascido e criado na aldeia, Everton Pontes é um dos 14 profissionais que trabalham no SAMUi. “Todos os chamados chegam por meio da central, pelo telefone 192. Têm ocorrências que vem com localização, outras só com ponto de referência. Quando o lugar é de difícil acesso, marcamos um ponto de encontro. Mas como já conhecemos a região, o atendimento fica mais rápido e eficaz.”, conta o enfermeiro.

Na rotina de trabalho do Everton, há histórias que emocionam. Por volta das dez da noite de um plantão de domingo, a equipe do enfermeiro foi acionada para atender uma gestante que caiu. Os profissionais precisaram passar por uma via de difícil acesso até encontrar a paciente.

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“Ela estava na beira da estrada, bastante chorosa. Nós a acomodamos na viatura, vimos os sinais vitais e checamos que não havia sangramento. Então, a levamos para o hospital. O que mais comoveu a equipe foi a paciente estar sozinha na rodovia, tarde da noite. Então além do atendimento, tem esse acolhimento, e essa parte gratificante de entrar com o SAMU em locais de difícil acesso”, relata Everton.

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

Cuidado e acolhimento

O SAMU Indígena funciona 24 horas por dia, de domingo a domingo. Condutores-socorristas, enfermeiros e técnicos de enfermagem revezam os turnos para prestar serviço à comunidade, que possui 25 mil habitantes. 

Os casos de menor complexidade são encaminhados para o Hospital da Missão Evangélica Kaiowá, dentro da própria reserva. O Hospital Universitário da Grande Dourados (HU-UFGD) também recebe os pacientes.

O coordenador geral do SAMU regional de Dourados, Otávio Miguel Liston, destaca a importância do serviço para a população da aldeia. A presença de profissionais indígenas na equipe fez com que o número de ocorrências aumentasse. “A população se sente mais acolhida, e com isso passa a ter confiança em procurar o atendimento. E por terem a oportunidade de falar a língua materna a comunicação se torna mais clara”, explica. 

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Expansão

Além dos atendimentos de urgência e emergência, o SAMUi leva informações e orientações à Unidade Básica de Saúde, às escolas e aos moradores da aldeia. O Projeto Samu Indígena na Comunidade foi criado para que a população compreenda o funcionamento do serviço e saiba que pode contar com ele.

O SAMU Indígena é um projeto piloto, que integra o esforço do Ministério da Saúde para universalizar o SAMU 192 até o fim de 2026. Para Dourados, de janeiro a agosto, foram destinados R$ 1,5 milhão para custear a manutenção da Central de Regulação de Urgência, duas Unidades de Suporte Básico, uma Unidade de Suporte Avançado e duas motolâncias.

Juliana Soares e Camilla Nunes
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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SAÚDE

Conheça histórias de usuários do SUS que emocionam e reforçam a importância da saúde pública

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Reconhecido mundialmente, o SUS garante atendimento universal e gratuito, sem distinção de gênero, raça, classe social ou nacionalidade. Mais do que hospitais, consultas e medicamentos, ele representa dignidade, vida e esperança. Por trás de cada atendimento, existe uma história única. São relatos que revelam a força de um sistema que se reinventa todos os dias e é um patrimônio dos brasileiros.

Aos 73 anos, Graciela Binaghi, aposentada, encontrou no SUS não apenas tratamento, mas atenção e gentileza. Com carinho, guarda um bilhete escrito por uma atendente, que, segundo ela, simboliza o amor ao próximo que encontrou no SUS. “Eu devo minha vida ao SUS! Tenho amigas com plano que esperam meses por um atendimento. No SUS, raramente espero mais de um mês para uma consulta, e mesmo exames sofisticados não demoram mais do que demorariam em um plano particular”, conta.

Em 2017, uma dor de cabeça incessante levou Graciela ao Hospital das Clínicas de São Paulo, onde recebeu diagnóstico de arterite temporal, doença inflamatória rara que exige tratamento contínuo e acompanhamento rigoroso. A notícia trouxe alívio, mas também medo e incertezas.

Para garantir o tratamento, foi até uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e, em apenas dois dias, conseguiu consulta com uma reumatologista, que a incluiu em um programa especial do SUS. Hoje, Graciela recebe gratuitamente uma medicação que custa cerca de R$ 100 mil por mês. Ela também faz acompanhamento em reumatologia, neurologia, dermatologia, odontologia e mastologia – tudo pelo SUS. “Depois que conheci de perto a estrutura do SUS, cancelei meu plano. Sem esse sistema, eu não estaria viva. Ele me devolveu a saúde e a esperança”, emociona-se Graciela.

Coragem diante do diagnóstico de câncer

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Durante a pandemia, Aparecida do Carmo (68), dona de casa, recebeu o diagnóstico de câncer de mama e foi atendida no Hospital da PUC Campinas e no Centro Boldrini, onde passou por duas cirurgias, além de quimioterapia e radioterapia. “Sem o SUS, eu jamais teria condições de pagar por tudo isso. O acolhimento foi tão especial que me deu forças para enfrentar cada etapa. Hoje, graças ao SUS, estou recuperada”, relembra Aparecida.

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

Somente no primeiro semestre de 2025, o SUS realizou 1,8 milhão de mamografias bilaterais para rastreamento e 191 mil diagnósticas. Em 2024, foram 60 mil cirurgias oncológicas de mama, 39 mil sessões de radioterapia e 2,2 milhões de quimioterapias, somando R$ 1,2 bilhão investidos no tratamento da doença.

Da dor à liberdade: menos tempo de espera com apoio da rede privada

Para fortalecer o SUS e reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados, o governo federal lançou, em maio deste ano, o programa Agora Tem Especialistas. A iniciativa mobiliza toda a rede de saúde, pública e privada, para ampliar o acesso a consultas, exames e cirurgias, garantindo que mais pessoas recebam tratamento no tempo certo.

Uma das inovações do programa é que os planos de saúde podem converter dívidas com a União em atendimentos para pacientes do SUS. Foi assim que Adriana Bezerra de Lemos (50), ambulante, realizou a cirurgia de retirada de pedras na vesícula em um hospital privado credenciado pelo Agora Tem Especialistas. “Depois de um ano sofrendo, finalmente consegui fazer a cirurgia. Agora eu posso trabalhar, viver sem dor e ter qualidade de vida. Sou muito grata a esse projeto que uniu o SUS e a rede privada”, conta.

Foto: arquivo pessoal
Foto: João RIsi/MS

Saúde que chega a comunidades remotas

O programa também leva atendimento a povos indígenas e comunidades de difícil acesso. Em parceria com a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS), foram realizados mutirões de saúde na Amazônia. Nas três primeiras ações, foram 16,2 mil atendimentos, entre consultas, exames e cirurgias.

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Um dos beneficiados foi Francisco Tananta, professor da etnia Tikuna. Ele sofria com pterígio, condição que prejudicava sua visão e sua atuação em sala de aula. “Antes da cirurgia, minha visão ficava embaçada, como se tivesse uma névoa. Hoje, já consigo enxergar claramente. Vi pessoas que estavam prestes a perder a visão saírem andando sozinhas, enxergando novamente. Foi emocionante. Esse projeto trouxe vida nova para mim e para a comunidade”, relata.

Foto: arquivo pessoal
Foto: AgSUS

“Sem o SUS, eu provavelmente não estaria aqui”

Em 2016, Marcelo Cruz da Silva (41) teve uma pneumonia, que resultou em uma insuficiência cardíaca. Pouco tempo depois, também foi diagnosticado com insuficiência renal e precisou realizar hemodiálise regularmente. Hoje, ele segue amparado pelo SUS e aguarda na fila por um transplante de rim e pâncreas. “Sem o SUS, eu provavelmente não estaria aqui. Meu plano tinha carência e só consegui atendimento imediato graças à rede pública”, afirma.

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

Durante a gestação, Gabriela Andrade (34) fez o acompanhamento na UBS Jardim Coimbra, em São Paulo. No sétimo mês, descobriu que a maternidade particular onde daria à luz havia fechado e recorreu ao SUS, onde recebeu acolhimento. “Fui respeitada e pude realizar meu sonho de um parto natural. A equipe foi incrível, me senti segura e cuidada em cada momento”, relembra Gabriela. Hoje, ela e o pequeno Henrique seguem acompanhados pela equipe da UBS.

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

Carolina Militão
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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