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Projeto-piloto com carretas inicia atendimento móvel em Goiânia

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O Ministério da Saúde iniciou uma ação inédita do Agora Tem Especialistas: a oferta de serviços de saúde dentro carretas estruturadas com equipamentos, equipes e insumos. O objetivo é levar atendimento móvel até onde a população está, principalmente em locais remotos e de difícil acesso. Viabilizada pelo programa do governo federal que visa aumentar a oferta de serviços especializados para reduzir o tempo de espera na rede pública, a iniciativa começou, nesta semana, como projeto-piloto, em Goiânia (GO). Na semana que vem, chega a Ribeirão Preto (SP).   

Em outubro, após a conclusão dessa etapa, 27 carretas estarão em funcionamento em todas as regiões do país. Contratadas pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS), elas estarão posicionadas em 22 estados em áreas urbanas sem infraestrutura física de saúde, em comunidades indígenas, quilombolas, populações do campo, da floresta e das águas. A expectativa é que, adezembro deste ano, o país conte com 81 carretas e, até o final de 2026, com o total de 150. 

Com as carretas, estamos levando atendimento especializado para onde a população está. Isso significa que regiões desassistidas de todo o país terão o cuidado em saúde fortalecido com as unidades de atendimento móvel do Agora Tem Especialistas, que vão realizar, por ano, 720 mil cirurgias, 4,6 milhões de consultas e 9,4 milhões de exames”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.  

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Na capital goiana, 40 pacientes do SUS previamente agendados foram submetidos, nesta quinta-feira (18), a procedimentos em duas unidades móveis posicionadas no estacionamento do Hospital Municipal da Mulher e da Maternidade Célia Câmara, durante essa ação-piloto. A primeira tem foco na saúde da mulher e oferta desde consultas ginecológicas até exames, como mamografia e ultrassonografia; já a segunda prioriza exames de imagem, com destaque para tomografias. Ao todo, participam da ação 21 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos em radiologia, recepcionistas e agentes de cuidado. Para esta sexta-feira (19), a expectativa é atender 70 pessoas. 

Goiânia (GO) e Ribeirão Preto (SP) foram escolhidos para receberem as carretas, nesta etapa-piloto, por já possuírem a aprovação do órgão de vigilância local para atuarem no território. Além disso, as Secretarias Municipais de Saúde manifestaram interesse em receber a iniciativa do programa Agora Tem Especialistas. 

Já no município paulista, as carretas vão possibilitar atendimentos de oftalmologia, com foco em cirurgias de cataratas entre os dias 24 e 26 de setembro. Um diferencial será a realização do procedimento com lente dobrável, que é maleável e menos invasiva. Os pacientes do SUS atendidos também receberão óculos de proteção e colírios como parte do tratamento.   

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Em ambos os municípios, a definição dos pacientes atendidos nas carretas parte da Central de Regulação da Secretaria de Saúde. 

Atendimento especializado chegando aonde o povo está 

Para viabilizar a realização de atendimento móvel por 150 carretas, o Agora Tem Especialistas destinará R$ 1 bilhão para o credenciamento de prestadoras de serviço, que precisam fornecer a estrutura completa, ou seja, a carreta, as equipes e os insumos. Além de pequenas cirurgias, as empresas devem estar aptas a fazerem exames como colonoscopia e endoscopia; ecocardiograma, radiologia, mamografia, ultrassonografia e tomografia. O foco do atendimento são as especialidades de oftalmologia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia. 

Contratadas pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS), as carretas que realizam exames de imagem podem fazer até 2,6 mil procedimentos por mês; as de saúde da mulher, 1,5 mil procedimentos e a de oftalmologia, 1,5 mil; ambas mensalmente. 

A oferta de atendimento móvel integra uma série de ações do programa do governo federal, que, em apoio aos estados e municípios, visa aumentar a capacidade de atendimento do SUS a fim de reduzir o tempo de espera em seis áreas prioritárias: oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia.   
 
Carla Guimarães 
Ministério da Saúde 

Fonte: Ministério da Saúde

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SAÚDE

Brasil destaca inovação no diagnóstico do HPV e reafirma prioridade com eliminação do câncer do colo do útero

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Nova York (EUA), 25 de setembro de 2025 – “O câncer relacionado ao HPV é evitável. Todas as mortes por câncer do colo do útero podem ser prevenidas. As ferramentas já existem e precisam estar disponíveis em todos os países”, afirmou a vice-ministra da Saúde do Brasil, Mariângela Simão, ao encerrar sua participação na reunião “Advancing women’s health: leveraging innovative financing and partnerships”, realizada nesta quarta-feira (25), em Nova York.

Representando o ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, que não pôde comparecer devido a restrições impostas ao seu visto pelo governo americano, Mariângela destacou que o Brasil reafirma seu compromisso com o acesso universal à prevenção e ao tratamento, alinhado à estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminação do câncer do colo do útero. O país defende maior cooperação internacional para assegurar financiamento sustentável, transferência de tecnologia e equidade no acesso à inovação.

Um dos pontos centrais da fala foi o avanço no diagnóstico precoce, com a aprovação da mudança no rastreamento do câncer do colo do útero. O Brasil está substituindo a citologia pelo teste molecular de DNA do HPV, que detecta 14 genótipos do vírus. Produzido nacionalmente, representando um passo importante na soberania em saúde, o exame é destinado a mulheres de 25 a 64 anos e permitirá ampliar o intervalo entre testagens para cinco anos e deve estar disponível em todos os estados até o fim de 2025. “Este é um passo decisivo para o diagnóstico e tratamento precoce e uma ferramenta essencial para reduzir filas na atenção especializada e salvar vidas”, reforçou a vice-ministra.

Mariângela também apresentou os avanços na vacinação contra o HPV, introduzida em 2014 e oferecida de forma universal e gratuita a meninas e meninos de 9 a 14 anos, e mais recentemente para 15 a 19 anos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que neste ano completa 35 anos. O Brasil está entre os poucos países a adotar essa estratégia em escala nacional, e já ampliou a oferta para populações em maior risco, incluindo pessoas vivendo com HIV, imunossuprimidos, sobreviventes de violência sexual e usuários de PrEP.

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Apesar do progresso, desafios como a baixa cobertura vacinal (82% entre as meninas e apenas 67% dos meninos) e a desinformação persistem. Em resposta, o Brasil aderiu à estratégia de dose única para adolescentes, alinhada às recomendações da OMS, e vem ampliando parcerias com sociedades científicas e movimentos sociais para fortalecer a confiança da população. Outro avanço é a Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre o Instituto Butantan e a MSD, que visa alcançar a produção integral da vacina contra o HPV no país.

Com mais de 213 milhões de habitantes e 5,5 mil municípios, o Brasil reafirmou na ONU sua determinação em mobilizar esforços nacionais e internacionais para combater o HPV e os cânceres relacionados ao vírus. “O caminho para eliminar o câncer do colo do útero passa por vacina, diagnóstico e tratamento oportuno. Estamos prontos para avançar com nossos parceiros globais”, concluiu Mariângela Simão.

O diretor executivo da Unitaid, dr. Philippe Duneton, defendeu que investir na saúde das mulheres é essencial para transformar a saúde pública de forma mais ampla. “Não se trata apenas de oferecer assistência técnica ou soluções médicas isoladas, mas de adotar uma abordagem integrada, baseada em ciência e cooperação internacional”. Philippe ressaltou que avanços recentes demonstram a importância da liderança compartilhada entre governos, ONGs e comunidades, reforçando que a saúde das mulheres deve estar no centro das agendas de investimento e inovação. Para ele, “esse é um caminho transformador, capaz de ampliar resultados em saúde e garantir um futuro mais equitativo”.

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Também estiveram presentes no debate de alto nível: o ministro da Saúde de Ruanda, Dr. Sabin Nsanzimana; minister Delegate for Feancophonie and International Patnersships (França), M. Thani Mohamed-Soilihi; Head of Secretariat Global Financing Facility (GFF), Mr. Luc Laviolette;e o diretor executivo da Unitaid,Tenu Avafia.

A convidada Karen Nakawala, paciente diagnosticada com câncer cervical e fundadora da Teal Sisters Foundation, deu um depoimento inspirador.

“Receber o diagnóstico de câncer cervical foi devastador, mas o mais difícil foi contar para minhas filhas”, afirmou Karen Nakawala. Ela destacou que muitas mulheres ainda enfrentam estigma, vergonha e dificuldades de acesso ao rastreamento e tratamento, especialmente em países de renda média e baixa.

A fundadora criou a Teal Sisters Foundation para oferecer voz, coragem e acesso a cuidados que salvam vidas, reforçando que mulheres empoderadas impactam positivamente suas famílias e comunidades.

Karen ressaltou que a ciência e a inovação já oferecem ferramentas eficazes, como vacinas contra o HPV, testes de triagem de baixo custo e tratamentos eficientes. Segundo ela, o que falta agora é vontade política e investimento sustentado. “Se agirmos juntos, o câncer cervical pode deixar de ser uma história de dor e se tornar uma história de esperança para todas as mulheres do mundo”, concluiu.

Regina Xeyla
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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