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Psicóloga faz alerta sobre desafios perigosos nas redes após morte de criança por inalação de desodorante

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Sarah Raissa Pereira de Castro, 8 anos, morreu após participar de um desafio viralizado nas redes sociais que consiste em inalar grandes quantidades de desodorante aerossol. A prática, conhecida como “desafio do desodorante”, resultou em uma parada cardiorrespiratória. A menina foi socorrida na última quinta-feira (10) e levada ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no Distrito Federal, mas teve morte cerebral confirmada dias depois.

Neste domingo (13), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte da criança.

A chamada “trend” faz parte de uma categoria perigosa de desafios conhecida como chromingou huffing, que estimula a inalação de vapores tóxicos de produtos de uso doméstico, como sprays de limpeza, tinta, esmalte e desodorantes.

Segundo especialistas, o impacto no organismo é devastador. Ao ser inalado, o produto entra rapidamente na corrente sanguínea pelos pulmões — órgãos extremamente vascularizados — e pode provocar arritmias cardíacas severas, culminando em parada cardíaca e óbito em poucos minutos.

Além disso, o desodorante contém substâncias como etanol (em níveis até 90% superiores aos encontrados em bebidas alcoólicas), ácido clorídrico e compostos antissépticos, que podem causar desde queimaduras internas até reações alérgicas extremas, como o edema de glote — quando a garganta se fecha, impedindo a respiração.

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“A busca por aceitação nas redes sociais e o desejo de pertencer a um grupo pode fazer com que crianças e adolescentes se exponham a riscos extremos sem consciência das consequências”, explica a psicóloga Bruna Bettini, que atua em Brasília no espaço Uwake. “O cérebro ainda em desenvolvimento tem mais dificuldade de avaliar riscos e ponderar decisões. Por isso, o papel dos pais e responsáveis é essencial na mediação do que os filhos acessam e consomem digitalmente.”

Bettini também alerta para os impactos emocionais e sociais desses desafios. “Não é apenas sobre a curiosidade ou a brincadeira. Existe uma pressão silenciosa para se mostrar ‘valente’, ousado, engraçado. A validação por curtidas e comentários muitas vezes supera o senso de autopreservação.”

Riscos silenciosos, consequências fatais

O chroming não é novidade, mas tem ganhado força com a ampla circulação de vídeos curtos e virais em plataformas populares entre crianças e adolescentes. Seus efeitos imediatos se assemelham à intoxicação alcoólica: tontura, euforia, fala arrastada, vômitos, convulsões e dificuldade para respirar.

Os produtos inalados têm em comum a facilidade de acesso e o fato de estarem presentes em praticamente todos os lares.

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O que fazer em caso de emergência?

Caso uma criança inale uma substância tóxica, a orientação médica é clara: deve ser levada imediatamente ao pronto-socorro. Pode haver necessidade de oxigenação por inalação ou intubação.

“Jamais se deve provocar o vômito ou oferecer qualquer substância, como leite ou água, sem orientação médica”, alertam especialistas.

Como prevenir?

Para Bruna Bettini, o diálogo dentro de casa é a ferramenta mais poderosa de prevenção. “Mais do que proibir, é preciso conversar com as crianças, entender o que estão assistindo, com quem estão interagindo e ensinar, com afeto e direcionamento, sobre os perigos da exposição irresponsável.”

Ela também defende a necessidade de maior responsabilidade por parte das plataformas digitais. “Estamos falando de conteúdos com potencial letal sendo acessados por crianças com poucos cliques. As empresas precisam agir com mais firmeza na moderação dessas tendências.”

Enquanto isso, famílias, escolas e sociedade civil enfrentam o desafio de proteger as infâncias em um ambiente digital onde os perigos nem sempre são visíveis.

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SAÚDE

Ministro da Saúde participa da ‘Campanha Lava-Pés’ em São Paulo e reforça ações de prevenção ao diabetes

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira (17), em São Paulo, da ação nacional da Campanha Lava-Pés: Cuidado com os Pés Diabéticos. A iniciativa busca alertar a população sobre os riscos do diabetes, em especial a prevenção de complicações como feridas, infecções e amputações, especialmente no período da Páscoa, momento simbólico de reflexão e cuidado. A ação ocorreu no Espaço de Cultura e Convivência Irmão Pedro Betancur, no bairro do Belenzinho. 

Durante o evento, pessoas com diabetes mellitus tiveram a oportunidade de realizar a avaliação do “pé diabético”, receber orientações sobre alimentação saudável, saúde bucal, uso de medicações, praticar atividades de autocuidado e aferir a pressão arterial e a glicemia capilar. 

“Isso aqui vai virar um compromisso meu. Voltarei a cada ano para mostrar mais avanços no cuidado da população em situação de rua e na atenção primária do SUS para melhorarmos cada vez mais. Além dos medicamentos disponíveis nas Unidade Básicas de Saúde e Farmácia Popular, com oferta gratuita à população, é importante ficar atento aos cuidados com os pés. Precisamos cuidar desde o começo para não chegar em uma situação grave”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 

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A ação contou com a presença de profissionais de saúde, estudantes da área, representantes de instituições religiosas e educacionais, e lideranças comunitárias. Também estão previstas rodas de conversa, mutirões de cuidados e o gesto simbólico do lava-pés. 

Entre os dias 16 e 24 de abril, a Campanha Lava-Pés ocorrerá em diversas cidades do Brasil, com apoio de secretarias municipais e estaduais de saúde, universidades, igrejas e entidades da sociedade civil. Desde 2014, a campanha é realizada em Caruaru (PE), com envolvimento da Universidade Federal de Pernambuco e das unidades básicas de saúde do município. 

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Foto: Rafael Nascimento/MS

Diabetes afeta milhões e é causa de amputações 

Dados do Ministério da Saúde mostram que cerca de 10,2% da população brasileira — o equivalente a 20 milhões de pessoas — convive com diabetes. O pé diabético é uma das complicações mais graves da doença, e estima-se que 25% dos pacientes desenvolverão úlceras nos pés ao longo da vida. Em casos avançados, a condição pode levar à amputação. Entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, foram registradas 4.227 amputações por diabetes no país.

Prevenção reduz complicações e preserva vidas

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Os recursos para do tratamento do pé diabético no Sistema Único de Saúde (SUS) são estimados em R$ 586 milhões ao ano, com grande parte desse valor voltado ao atendimento de pacientes com úlceras infectadas. Diante desses dados, a Campanha Lava-Pés reafirma que a importância da prevenção. 

O Ministério da Saúde vem fortalecendo as ações de enfrentamento ao diabetes no SUS. Atualmente, o tratamento integral inclui insulinas humanas (NPH e regular), insulinas análogas de ação rápida e prolongada, medicamentos orais e injetáveis. Em 2024, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a ampliação do uso de insulinas análogas também para pacientes com diabetes tipo 2

Também foi incorporado à lista de medicamentos gratuitos do Farmácia Popular o dapagliflozina, utilizado no tratamento do diabetes tipo 2 em pacientes com risco cardiovascular. O medicamento atua ajudando os rins a eliminar o excesso de glicose e contribui para a redução da pressão arterial, prevenindo complicações como infarto e insuficiência renal. 

Assista 

Edjalma Borges
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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