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Tratamento com a substância oferece solução menos invasiva para dores
A dor no joelho está entre as principais queixas de saúde da população brasileira, ocupando o segundo lugar entre as dores crônicas mais comuns no país, com prevalência de 50%, segundo dados do Ministério da Saúde, atrás apenas da lombalgia (77%). Ela pode surgir de forma súbita, como consequência de uma lesão, ou se desenvolver de forma gradual, devido ao desgaste progressivo da articulação.
De acordo com informações da Rede D’Or, as principais causas incluem lesões ligamentares, como rupturas dos ligamentos cruzados, lesões meniscais, condromalácia patelar, inflamações como tendinites e bursites, além de doenças degenerativas, como a artrose e a artrite reumatoide.
Embora muitas dessas condições já possam ser tratadas com medicamentos, fisioterapia e, em casos mais graves, cirurgia, novas alternativas terapêuticas têm sido desenvolvidas. Entre elas, o hidrogel tem apresentado resultados promissores.
O ortopedista especialista em cirurgia do joelho, Diego Munhoz, explica que o hidrogel é uma substância biocompatível, composta basicamente por polímeros e água, que funciona como substituto do líquido sinovial, lubrificando a articulação e protegendo a cartilagem.
Ao amortecer o impacto entre os ossos e promover um efeito viscossuplementação, ele proporciona o alívio da dor e uma melhora funcional que pode ter efeitos prolongados chegando, em alguns casos, a um ano.
O procedimento é feito em consultório, como em uma consulta com ortopedista no Rio de Janeiro, por exemplo, e tem aplicação rápida. Para quem busca alternativas menos invasivas, o médico indica que é uma ótima opção antes de partir para a cirurgia.
Entre as tecnologias recentes, o hidrogel baseado na molécula modificada HYADD®4-G tem sido destacado na área médica por ter durabilidade estendida, propriedades mecânicas superiores e potencial de recuperação funcional em nível elevado.
O médico do esporte e ortopedista especialista em traumatologia do esporte e cirurgia do joelho, Adriano Leonardi, explica em artigo assinado à imprensa que se trata de um derivado hidrofóbico do ácido hialurônico (AH) e apresenta um comportamento do tipo shear-thinning (afinamento sob cisalhamento), fazendo com que a sua aplicação por seringas tradicionais sejam mais fáceis.
Assim como ocorre com o ácido hialurônico convencional, a aplicação desse hidrogel é feita em consultório por meio de uma infiltração articular simples, mas, em determinadas articulações, o procedimento pode ser realizado com o auxílio de ultrassonografia para garantir maior segurança.
O médico acrescenta que o produto pode ser utilizado durante intervenções cirúrgicas, sendo administrado diretamente dentro do osso ou intra articular, conforme o tipo e a lesão apresentada pelo paciente.
A definição do melhor procedimento deve ser feita por um especialista. Para os paulistas, por exemplo, é possível buscar por um ortopedista na cidade de São Paulo, sendo este o profissional mais capacitado para avaliar e tratar dores no joelho. Dependendo da causa, reumatologistas ou fisioterapeutas também podem ser envolvidos no cuidado.
Estudos comprovam os benefícios da substância em atletas
Leonardi também destaca que os benefícios do hidrogel têm sido estudados com foco na medicina esportiva. Um exemplo disso é uma pesquisa realizada na Itália, que investigou o uso da substância HYADD4-G em 30 jogadores de futebol que apresentavam condropatia traumática ou degenerativa do joelho.
O protocolo utilizado contava com duas injeções, aplicadas com uma semana de intervalo, e o acompanhamento dos pacientes foi feito por seis meses. Os resultados mostraram melhorias como redução da dor em repouso e ao caminhar, amplitude de movimento articular e benefícios para qualidade de vida e capacidade esportiva.
Mesmo em atletas que estavam sob esforços contínuos, os benefícios foram mantidos a longo prazo, sem que eventos adversos fossem registrados, evitando longas suspensões ou intervenções cirúrgicas precoces.
De acordo com Leonardi, a condropatia inicial ou terminal, também conhecida como artrose, é um grande desafio para a medicina esportiva, pois afeta atletas de diferentes níveis, desde profissionais de elite até praticantes recreativos.
“Com a intensificação das demandas físicas impostas por treinamentos e competições, lesões da cartilagem articular e o desenvolvimento precoce da artrose têm se tornado mais comuns. Nesse cenário, a busca por terapias que promovam alívio de sintomas, preservem a função e retardem a evolução da doença é essencial”, destaca o ortopedista.