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Mercado do açúcar avança com impulso do dólar, safra brasileira menor e cautela internacional

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Recuperação nas bolsas internacionais impulsiona preços do açúcar

O mercado do açúcar registrou alta nesta quinta-feira (17), refletindo um cenário de recuperação nas bolsas internacionais. Em Nova York, o contrato com vencimento em outubro/25 foi cotado a 16,79 cents de dólar por libra-peso, alta de 1,39%, enquanto o março/26 avançou 1,16%, para 17,43 cents. Em Londres, o contrato outubro/25 subiu 1,21%, chegando a US$ 484,30 por tonelada.

Na quarta-feira (16), os contratos também encerraram em alta, favorecidos pela valorização do dólar e pela redução da preocupação com o redirecionamento da cana para a produção de etanol. A exceção foi o contrato outubro/25 em Nova York, que se manteve estável. Já o contrato de março/26 subiu 1 ponto (17,23 cents), e o maio/26 avançou 2 pontos, sendo negociado a 16,93 cents por libra-peso. Em Londres, o contrato de agosto/25 teve alta de US$ 4,40, fechando a US$ 498,50 por tonelada, enquanto o outubro/25 recuou US$ 0,10, negociado a US$ 478,50.

Menor desvio de cana para etanol favorece açúcar, mas cenário segue frágil

Segundo a consultoria Hedgepoint Global Markets, os preços ao redor de 16 cents/lbp indicam que o mercado está menos preocupado com a destinação da cana para o etanol no Brasil. Ainda assim, os fundamentos continuam frágeis, o que pode limitar movimentos de valorização mais robustos para patamares de 17 ou 18 cents.

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Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar tende a estimular as exportações brasileiras, ampliando a oferta global e pressionando os preços. A imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos sobre commodities também reforça a aversão ao risco nos mercados, fortalecendo o dólar e impactando negativamente os preços de curto prazo.

Compradores chineses e clima na Índia afetam demanda e expectativas

Do lado da demanda, compradores da China têm demonstrado maior cautela após a recente valorização do açúcar, o que pode limitar o ímpeto de novas compras. Ao mesmo tempo, as chuvas de monções na Índia estão favorecendo o plantio de cana e melhorando as perspectivas para a próxima safra, especialmente para 2026, cenário que tende a pressionar os preços futuramente.

Produção brasileira em queda agrava preocupações com a oferta

No Brasil, os números da produção seguem em queda. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), até junho, a região Centro-Sul registrou redução de 14,3% na produção de açúcar em relação ao mesmo período da safra anterior, totalizando 12,249 milhões de toneladas na safra 2025/26. Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou a produção nacional da safra 2024/25 para baixo, com recuo de 3,4%, estimando 44,118 milhões de toneladas, afetadas pela seca e calor intenso, que reduziram a produtividade dos canaviais.

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Índia e Tailândia devem aumentar produção e pressionar o mercado global

Em contrapartida, a oferta global pode crescer. A Federação Nacional das Fábricas Cooperativas de Açúcar da Índia projeta que o país asiático produzirá 35 milhões de toneladas na temporada 2025/26, crescimento de 19% em relação ao ciclo anterior. Na Tailândia, a produção para a safra 2024/25 deve crescer 14%, atingindo 10 milhões de toneladas, segundo o Escritório do Conselho de Cana e Açúcar do país.

Preços no mercado físico: açúcar cristal e etanol hidratado

No mercado físico brasileiro, o açúcar cristal também teve valorização. De acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP), a saca de 50 kg foi negociada a R$ 118,28 nesta quinta-feira, com alta de 0,82%.

Já o etanol hidratado registrou queda. Conforme o Indicador Diário Paulínia, o produto foi vendido pelas usinas a R$ 2.617,50 por metro cúbico, um recuo de 0,40%.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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StoneX projeta superávit global de açúcar de 2,8 milhões de toneladas em 2025/26

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A StoneX, empresa global de serviços financeiros, revisou suas projeções para o mercado mundial de açúcar, estimando um superávit de 2,8 milhões de toneladas (valor bruto) na temporada 2025/26 (outubro-setembro).

De acordo com Marcelo Di Bonifácio Filho, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, mesmo com um déficit projetado para a safra 2024/25, o mercado permanece pressionado por estoques elevados e ritmo lento de importações globais. “Os fluxos comerciais estão influenciando mais o mercado atualmente e devem guiar a trajetória dos preços futuros”, explica.

Estoques elevados e exportações brasileiras sustentam mercado

Nos últimos meses, compradores internacionais reduziram o ritmo de importações, aproveitando os preços baixos e evitando movimentos que pudessem gerar aumentos de preços. O excedente produtivo de 2023/24, somado às exportações recordes do Brasil em 2024, contribuiu para o acúmulo de estoques nos principais mercados consumidores.

No Centro-Sul brasileiro, a safra atual registra volumes historicamente elevados de moagem, com o mix açucareiro alcançando mais de 52% entre abril e agosto. Esse aumento na produção deve pressionar os preços para baixo no médio prazo, preparando o terreno para o superávit global em 2025/26.

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Brasil segue como protagonista nas Américas

O Brasil deve continuar liderando a produção de açúcar nas Américas. Segundo estimativas preliminares da StoneX para a safra 2026/27 (abril a março) no Centro-Sul, a moagem deve crescer mais de 20 milhões de toneladas, com recuperação no ATR e manutenção de um mix açucareiro elevado.

O avanço do etanol de milho, que deve atingir 11,4 milhões de m³, também impulsionará a produção de açúcar. Com isso, a oferta no mercado internacional deve alcançar 41,7 milhões de toneladas na temporada 2025/26, reforçando o superávit global previsto.

Índia mantém produção estável em 32,3 milhões de toneladas

Na Índia, o clima favoreceu o desenvolvimento dos canaviais, especialmente em Maharashtra e Karnataka, com chuvas 5% acima da média em agosto. A StoneX mantém sua previsão de produção em 32,3 milhões de toneladas, considerando 4,5 milhões de toneladas desviadas para etanol.

O foco agora está na decisão do governo indiano sobre exportações, com a ISMA solicitando 2 milhões de toneladas. No entanto, o cenário econômico torna a exportação pouco viável, já que a paridade de exportação está acima dos preços atuais de Nova York.

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Déficit global em 2024/25 reforça atenção ao comércio

A StoneX também revisou o saldo global de açúcar 2024/25, prevendo um déficit de 4,7 milhões de toneladas, resultado da retração de 9,3 milhões de toneladas na produção combinada de Brasil e Índia.

Para os próximos meses, os fluxos comerciais serão determinantes para a formação de preços. A menor venda de açúcar brasileiro durante a entressafra do Centro-Sul, combinada a estoques mais baixos na Tailândia, deve gerar um leve aperto entre oferta e demanda.

Além disso, a oferta de açúcar refinado enfrenta riscos, já que a menor compra de açúcar bruto pelas refinarias pode limitar o volume disponível para reexportação. O analista da StoneX alerta: “Caso a demanda por açúcar branco aumente no final de 2025 e início de 2026, a pressão altista pode se intensificar, tornando o diferencial Londres-NY um indicador-chave a ser monitorado”.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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