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Mercado do feijão em setembro: carioca mantém alta e preto segue pressionado

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O mês de setembro trouxe cenários opostos para o mercado do feijão no Brasil. Enquanto o feijão carioca se manteve firme, sustentado pela oferta restrita e pela estratégia de retenção de estoques, o feijão preto enfrentou baixa liquidez, excesso de produto disponível e preços enfraquecidos. A avaliação é do analista Evandro Oliveira, da Safras & Mercado.

Liquidez baixa marcou o mercado em setembro

Segundo Oliveira, as vendas internas foram pouco expressivas ao longo do mês e, quando ocorreram, ficaram concentradas no pós-pregão e em negociações pontuais por amostras. A estratégia dos corretores foi evitar sobras e tentar preservar preços.

Do lado da demanda, os compradores mantiveram postura cautelosa. “Um simples esboço de alta levou muitos a recuar das negociações”, destaca o analista.

Feijão carioca: oferta restrita sustenta preços

A entrada da terceira safra trouxe problemas de qualidade, com grãos ressecados e maior índice de quebras, resultando em descontos e até devoluções. Ainda assim, os lotes de feijão extra (notas 9, 9,5 e 10) foram rapidamente disputados e os grãos comerciais (notas 7,5 e 8) se tornaram escassos, elevando seu valor no mercado.

As cotações registraram os seguintes patamares:

  • Feijão extra: R$ 270 a R$ 290/sc CIF SP
  • Intermediários (nota 8,5): R$ 235 a R$ 260/sc
  • Comerciais: R$ 180 a R$ 225/sc, dependendo da qualidade
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Regiões como o interior paulista e o Noroeste de Minas reportaram preços acima da média nacional.

De acordo com Oliveira, até 80% da produção está armazenada em câmaras frias, o que reduziu a disponibilidade imediata e sustentou as cotações. A produtividade menor que o esperado em parte da safra 2024/25 também reforçou o viés altista. Porém, a qualidade irregular, a dificuldade de repasse no varejo e a possível entrada de novos volumes podem limitar os ganhos caso o consumo não reaja.

Feijão preto: estoques elevados e recuperação lenta

O feijão preto manteve-se fragilizado em setembro devido ao excesso de estoques frente ao consumo interno. As negociações ocorreram em faixas mais baixas:

  • Extra: R$ 155 a R$ 165/sc FOB
  • Comercial: R$ 120 a R$ 140/sc

As exportações foram o principal alívio, totalizando quase 100 mil toneladas entre janeiro e setembro. Além disso, os leilões de PEP/PEPRO da Conab, com subvenção de R$ 21,7 milhões, foram anunciados para aliviar a oferta no Sul, mas enfrentam barreiras operacionais. “O limite de 8 toneladas por CPF praticamente inviabiliza a adesão”, ressalta Oliveira.

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Nos estados do Sul do Paraná e nos Campos de Cima da Serra (RS), os preços variaram entre R$ 120 e R$ 150/sc, muito abaixo dos patamares do carioca.

Corte de área deve afetar a primeira safra 2025/26

O plantio da próxima safra já sinaliza ajustes importantes. A primeira safra 2025/26 deve registrar redução de área de mais de 35% no Sul e 40% no Paraná, o que pode contribuir para o equilíbrio do mercado no futuro. Entretanto, os efeitos só devem ser sentidos mais adiante, enquanto o mercado permanece pressionado pelo elevado volume de estoques e pela demanda fraca.

Fatores determinantes em setembro

Problemas de qualidade na pós-colheita, clima adverso e a incidência da mosca-branca marcaram o comportamento do mercado no mês.

Para o feijão carioca, a expectativa é de manutenção do viés altista, sustentado pela baixa oferta de qualidade e estoques limitados. Já o feijão preto deve seguir em recuperação lenta, dependente das exportações e da redução de área plantada.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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AGRONEGÓCIO

Tecnologia no agronegócio brasileiro impulsiona produtividade e segurança alimentar

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O agronegócio brasileiro vem passando por uma transformação tecnológica significativa, que impacta diretamente a produtividade e a segurança dos alimentos. Desde ferramentas básicas de manejo até a aplicação de biotecnologia, inteligência artificial e nutrição de precisão, a inovação tem ampliado a eficiência no campo e a confiabilidade dos produtos que chegam à mesa do consumidor.

Segundo Lilian Maluf, analista de Marketing da divisão de Saúde e Nutrição Animal da Kemin, o perfil do produtor rural também está mudando:

“O produtor brasileiro está mais conectado e atento a dados técnicos que apoiam sua tomada de decisão. Observamos uma transição geracional, com jovens no campo trazendo mentalidade digital, sem deixar de valorizar a experiência prática dos produtores tradicionais.”

Ferramentas tecnológicas já fazem parte do dia a dia do campo

Entre as soluções mais presentes atualmente estão:

  • Drones para monitoramento de lavouras e pulverização de precisão;
  • Sensores e softwares de gestão, que aumentam a previsibilidade do manejo;
  • Inteligência artificial aplicada à nutrição e saúde animal;
  • Tecnologias voltadas à conservação de grãos e eficiência alimentar.

“Na Kemin, destacamos tecnologias que garantem eficiência na produção e segurança do alimento, contribuindo para uma cadeia mais confiável”, complementa Lilian.

Diferença entre segurança alimentar e segurança do alimento

A especialista explica que os conceitos são complementares:

  • Segurança alimentar: garante acesso da população a alimentos em quantidade suficiente e nutritivos;
  • Segurança do alimento: assegura qualidade sanitária, controle de contaminantes e risco mínimo à saúde do consumidor.

“Enquanto uma assegura disponibilidade, a outra garante confiabilidade. Ambas caminham lado a lado”, enfatiza Lilian.

Integração entre tradição e inovação

A digitalização no campo acompanha a transformação tecnológica. Produtores mais jovens utilizam celular, redes sociais e plataformas digitais, enquanto os mais experientes ainda recorrem a rádio, jornais e encontros presenciais.

“Hoje vemos uma complementaridade: tradição e inovação caminhando juntas, garantindo melhor tomada de decisão e resultados mais eficientes”, observa Lilian.

Ciência aplicada ao campo e impacto internacional

O papel da Kemin é traduzir ciência em soluções práticas, com foco em rentabilidade, produtividade e entrega de alimentos seguros:

  • Mais de 500 ingredientes patenteados no mundo, voltados à saúde humana e animal;
  • Soluções que fortalecem a competitividade brasileira no mercado internacional;
  • Suporte técnico e informações confiáveis que aproximam a ciência da realidade do campo.

“Investir em tecnologias que melhorem a vida do produtor é investir na saúde e segurança da sociedade. A ciência é o elo entre o campo e a mesa”, conclui Lilian.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Fonte: Portal do Agronegócio

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