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Mercado financeiro reduz projeções de inflação para 2025 e 2026, aponta Boletim Focus

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O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (29) a nova edição do Boletim Focus, relatório semanal elaborado a partir de projeções de mais de 100 instituições financeiras. Os números mostram revisão para baixo nas estimativas de inflação nos próximos anos, enquanto as previsões para o crescimento do PIB e taxa de juros permanecem estáveis.

Inflação: projeções revisadas para baixo

Segundo o levantamento, a expectativa de inflação para 2025 caiu de 4,83% para 4,81%. Para 2026, a previsão passou de 4,29% para 4,28%. Já as projeções para 2027 (3,90%) e 2028 (3,70%) não sofreram alterações.

Desde o início de 2025, o Brasil adota o sistema de meta contínua, que define o objetivo de manter a inflação em 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%. Cabe ao Banco Central calibrar a taxa Selic de forma a manter os índices dentro do intervalo. Como os efeitos da política monetária demoram de seis a 18 meses para impactar a economia, as decisões são tomadas com base em expectativas futuras.

Descumprimento da meta de inflação

No acumulado de 12 meses até junho, a inflação ultrapassou o teto de 4,5% por seis meses consecutivos. Por isso, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisou encaminhar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando o descumprimento da meta.

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De acordo com o documento, a pressão inflacionária foi causada por fatores como a economia aquecida, variação cambial, aumento no custo da energia elétrica e impactos de anomalias climáticas.

A inflação elevada reduz o poder de compra da população, principalmente entre os trabalhadores de menor renda, já que os preços sobem mais rápido do que os salários.

PIB: crescimento segue estável

As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) foram mantidas. Para 2025, a expectativa continua em 2,16%, enquanto para 2026 a projeção segue em 1,80%. O PIB é considerado o principal termômetro da atividade econômica, pois soma todos os bens e serviços produzidos no país.

Juros: Selic deve permanecer elevada

As projeções para a taxa básica de juros também não sofreram alterações. A expectativa é que a Selic encerre 2025 em 15% ao ano, mantendo-se no atual patamar. Para 2026, a taxa deve cair para 12,25% e, em 2027, para 10,50% ao ano.

Câmbio, balança e investimentos

Além da inflação, PIB e juros, o Boletim Focus trouxe projeções para outros indicadores:

  • Dólar: previsão para o fim de 2025 recuou de R$ 5,50 para R$ 5,48. Para 2026, caiu de R$ 5,60 para R$ 5,58.
  • Balança comercial: superávit estimado em 2025 foi ajustado de US$ 64,8 bilhões para US$ 64,6 bilhões. Para 2026, a projeção permanece em US$ 68,4 bilhões.
  • Investimento estrangeiro direto: expectativa segue em US$ 70 bilhões tanto para 2025 quanto para 2026.
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Importância do Boletim Focus

O Boletim Focus é um dos principais termômetros de expectativas do mercado financeiro. Suas projeções ajudam a orientar investidores e empresas sobre o rumo da política econômica e servem como parâmetro para as decisões do Banco Central.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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AGRONEGÓCIO

Tributação preocupa mais o agronegócio brasileiro que o tarifaço dos EUA, afirma Marcos Troyjo

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O agronegócio brasileiro enfrenta desafios maiores com a carga tributária interna do que com os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, segundo o economista, cientista social e diplomata Marcos Troyjo. A avaliação foi apresentada nesta quinta-feira (18/9), durante a 2ª Conferência de Direito e Agronegócio da OAB-SP, em Ribeirão Preto (SP).

Troyjo critica a postura do governo americano, que ele apelida de “Trumpulência”, definida como uma combinação de turbulência, imponência e incoerência, com impacto significativo sobre a economia brasileira. Para ele, tarifar importações é uma política incoerente, que prejudica tanto os EUA quanto seus parceiros comerciais, especialmente porque o país abriga diversas multinacionais.

Relação Brasil-EUA em momento crítico

O diplomata ressalta que a relação entre Brasil e Estados Unidos nunca esteve tão ruim, cenário que prejudica diretamente o agronegócio nacional.

“O governo brasileiro é de Marte e o americano é de Vênus. Tivemos muitos agravantes nessa relação nos últimos meses e, acredito, a situação só deve normalizar com o resultado das eleições brasileiras em 2026”, afirmou Troyjo.

Ele também destaca que, enquanto os EUA reduzem sua tributação para cerca de 20% do PIB, o Brasil, mesmo após a reforma tributária, deve manter uma carga equivalente a 33% do PIB, tornando o ambiente menos atraente para investimentos.

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Agro brasileiro e segurança alimentar global

Segundo Troyjo, o agronegócio brasileiro é essencial para o abastecimento mundial, mas os desafios enfrentados pelo setor já geram preocupação em países que dependem dessa produção.

“Diante do aumento da população mundial em 2 bilhões nos próximos 25 anos, a segurança jurídica dentro da porteira será fundamental para atrair investimentos globais em alimentos e energia”, afirmou.

Infraestrutura e desafios jurídicos do setor

Durante a conferência, a empresária rural e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Cristina Vendramini, destacou seis grandes desafios para o produtor rural, quatro deles ligados a questões jurídicas:

  • Segurança jurídica
  • Questões indígenas, incluindo marco temporal e regularização ambiental
  • Armazenamento da produção
  • Recuperação judicial, financiamento, endividamento e seguro rural

Para Leonardo Sica, presidente da OAB-SP, esses temas são cruciais para o desenvolvimento do setor, que representa cerca de um quarto do PIB brasileiro.

“Atualmente, o Congresso e alguns setores jurídicos estão mais preocupados com temas que não interessam ao Brasil. Precisamos recuperar nossa capacidade de defender o que realmente importa para a sociedade”, disse Sica.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Fonte: Portal do Agronegócio

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