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Espetáculo “Há Vagas Para Moças de Fino Trato” promove programa educativo no Teatro Yara Amaral do Sesi Taguatinga

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Montagem contemporânea da obra de Alcione Araújo será apresentada para estudantes com palestras e debates

 

Um clássico da dramaturgia brasileira ganha nova vida em uma proposta cênica provocadora e educativa. O espetáculo “Há Vagas Para Moças De Fino Trato – Experimento Final”, do autor Alcione Araújo (1945–2012), será apresentado entre os dias 19 e 23 de maio, no Teatro Yara Amaral do Sesi Taguatinga, com sessões exclusivas para estudantes do Ensino Médio de Escolas Públicas.

Escrita em 1974, durante a ditadura militar, a peça é considerada a obra mais cultuada de Alcione e revela, com vigor e sensibilidade, os dilemas sociais, psicológicos e políticos da convivência humana. Em sua última montagem, o diretor Cléber Lopes – que estuda o autor desde 1999 – abandona as marcações tradicionais e aposta em uma cena mais livre, onde realidade e ficção se misturam.

 

O espetáculo é guiado pela vivência de três mulheres e propõe uma reflexão profunda sobre os papéis sociais, a memória, o feminino e as tensões de convivência, mantendo a atualidade do texto original e revelando sua força crítica e estética. As atrizes Carol Nemetala e Nalu Miranda retornam à montagem após 20 anos, ao lado de Rosanna Viegas. A peça convida o público a enxergar o espetáculo como um recorte da vida real, com suas contradições e sutilezas, reforçadas pela escrita fluida de Araújo.

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“Há Vagas Para Moças de Fino Trato” foi escrita há meio século e, ainda hoje, (in)felizmente produz sentido muito similar ao seu contexto político-comportamental original. No discurso, radicalismos negligenciam o respeito e adoecem as individualidades. Comportamentos pautados por premissas/crenças/vivências são defendidas como verdades absolutas, ditas pelo prisma da violência moral. Tudo isso à luz do cotidiano, onde agressões simbólicas são naturalizadas em meio às demandas do dia a dia”, explica o diretor Cleber Lopes.

 

Com sonorização assinada pelo renomado sonoplasta lisbonense João Lucas, a encenação utiliza uma técnica de quadrifonia ambiental, simulando os sons de uma residência em tempo real – como o percurso da água pelos encanamentos – além de trilhas poéticas que ampliam o significado da história.

Antes de cada apresentação, acontecerá uma introdução com um bate-papo educativo com material didático impresso sobre a vida e obra de Alcione Araújo, destacando sua importância na história do teatro nacional e sua atuação na defesa dos direitos autorais. Após a peça, debates mediados com estudantes, professores e equipe técnica aprofundarão os temas abordados, incentivando o pensamento crítico e a valorização da dramaturgia brasileira.

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Apoio e patrocínio

O projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. A plataforma Conecta é parceira do projeto e contribui com uma parte dos agendamentos escolares e transporte gratuito das turmas até o Sesi.

 

Programação:

19 de maio de 2025 – Sessões às 15h e 20h
20 de maio de 2025 – Sessões às 10h, 15h e 20h
21 de maio de 2025 – Sessões às 10h, 15h e 20h
22 de maio de 2025 – Sessão às 10h
23 de maio de 2025 – Sessão às 15h

 

SERVIÇO

Espetáculo Há Vagas Para Moças De Fino Trato – Experimento Final
Data:
 19 a 23 de maio
Local: Teatro Yara Amaral – Sesi Taguatinga
Classificação indicativa: 14 anos

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Cultura

DF lança Protocolo de Combate ao Racismo em Eventos Culturais durante Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

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Documento pioneiro no país é fruto de parceria entre Sejus-DF e Secec-DF e estabelece medidas de prevenção, acolhimento e responsabilização em casos de racismo; ato simbólico reuniu mais de 600 pessoas no Cine Brasília

O Distrito Federal deu um passo histórico no enfrentamento ao racismo. Na noite desta quinta-feira (19), durante o 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) assinaram o Protocolo de Combate ao Racismo em Eventos Culturais. O ato simbólico, realizado no Cine Brasília, foi acompanhado por um público de mais de 600 pessoas e será oficializado nos próximos dias com a publicação do decreto no Diário Oficial do DF (DODF).

O documento estabelece diretrizes para prevenir, identificar, intervir e responsabilizar casos de racismo em eventos culturais, artísticos e manifestações públicas de qualquer porte, seja em espaços abertos, casas de show, bares, restaurantes, teatros, estádios ou transmissões virtuais. Entre as medidas previstas estão campanhas educativas permanentes, capacitação de equipes, mensagens de alerta antes de cada evento e protocolos de acolhimento imediato às vítimas, com acionamento das autoridades competentes.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou o ineditismo da iniciativa. “Este é um protocolo construído com diálogo, responsabilidade e compromisso. O DF é pioneiro ao lançar um instrumento normativo como esse, que nasce de uma demanda concreta e urgente da sociedade e se consolida como política pública. A Sejus tem atuado de forma contínua em projetos que combatem o racismo em diferentes espaços, seja no esporte, na educação ou agora na cultura. Nosso compromisso é garantir ambientes seguros, inclusivos e respeitosos, onde a arte possa florescer sem discriminação.”

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Origem e construção coletiva

O lançamento tem forte simbolismo: em 2024, durante o mesmo festival, um produtor relatou ter sofrido ato racista de outro colega, caso que repercutiu no meio cultural e chegou à Sejus. A partir daí, a pasta iniciou um processo de construção conjunta com produtores culturais e audiovisuais do DF, resultando no texto do protocolo.

O subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo, relembrou esse episódio e destacou a importância da iniciativa:
“No festival do ano passado, um produtor denunciou ter sido vítima de racismo e não havia nenhum protocolo para lidar com a situação. A partir desse caso, começamos a construir coletivamente esse documento, ouvindo os produtores culturais e as entidades da área. O DF se torna agora o primeiro do Brasil a instituir um protocolo específico de combate ao racismo em eventos culturais. É simbólico lançá-lo justamente no Festival de Brasília, onde tudo começou, e mais simbólico ainda transformá-lo em referência nacional.”

Representando a Secec, a presidente do Conselho de Cultura do DF, Rosa Carla Monteiro, reforçou a importância da parceria: “Este protocolo traz não apenas formação e informação, mas caminhos de ação permanentes. Saímos de uma lógica de ações pontuais para a construção de uma política continuada, em parceria entre governo, sociedade civil e o setor cultural. A arte é o espaço mais plural e diverso da sociedade e nada mais justo que seja também um espaço de enfrentamento ao racismo. O Festival de Brasília, que traduz a diversidade cultural do país, é o palco ideal para esse compromisso histórico.”

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Iniciativas de referência

O protocolo se soma a outras ações inovadoras de combate ao racismo desenvolvidas pela Sejus, como a campanha Cartão Vermelho para o Racismo, realizada em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e já adotada em estádios de todo o Brasil; e o Programa de Letramento Racial, que capacita educadores, servidores e agentes culturais em práticas antirracistas. Também integra esse conjunto de medidas o inédito Protocolo Por Todas Elas, instituído em 2024 para garantir segurança e apoio a mulheres em situação de violência em espaços públicos e privados.

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